Vacinação contra febre amarela será ampliada para todo o país.
O Ministério da Saúde
ampliou, para todo o território nacional, a área de recomendação para vacinação
contra febre amarela. O anúncio foi feito nesta terça-feira (20). Até agora,
alguns estados da Região Nordeste e parte do Sul e Sudeste não faziam parte da
área de recomendação. Além disso, dos 23 estados dos quais a vacina fazia parte
da rotina, nove tinham áreas parciais de recomendação, ou seja, alguns
municípios estavam fora da estratégia.
O ministro Ricardo Barros
explicou que a estratégia de ampliação é uma medida preventiva e tem como
objetivo antecipar a proteção contra a doença para toda a população para o caso
de a área de circulação do vírus aumentar no próximo ciclo da doença. “O ciclo
de febre amarela que ocorrerá no próximo verão, nós esperamos enfrentá-lo já
com a população totalmente imunizada.”
Barros lembrou que, nos
últimos dois anos, o número de mortes pela doença aumentou e que, por isso, foi
pensada uma estratégia para evitar que o problema se repita no próximo ano.
“Então, propusemos à Organização Mundial da Saúde e à Opas [Organização
Pan-Americana da Saúde] a definição de que todo o território nacional passasse
a ser área de vacinação permanente, tivemos a aprovação, e iniciaremos a
estratégia para alcançar 90% de cobertura de vacinação contra febre amarela em
toda a população brasileira, em todos os estados.”
O ministro esclareceu que o
resultado esperado com a ampliação da vacinação não é que seja zerado o número
de casos de febre amarela no país. “Não porque ela é endêmica e, lá na Região
Norte, que já é área de vacinação permanente há muito tempo, ocorrem 50, 60, 80
mortes por ano todos os anos. Nós temos que cobrir 100% da população e, em
especial, fazer busca ativa dessa população que vive ou trabalha na mata.”,
disse.
A meta é vacinar 77,5
milhões de pessoas em todo o país até abril do ano que vem. Desse total, 40,9
milhões de pessoas nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Bahia que
estão entre os que tiveram maior número de casos confirmados nos últimos meses.
O ministério estima que sejam usadas 8,1 milhões de doses padrão para serem
divididas entre a população desses estados. A ampliação também tem como
objetivo vacinar 11,3 milhões de pessoas nos estados do Sul e 25,3 milhões nos
do Nordeste. Nesse caso, as vacinas serão aplicadas em dose integral.
“A dose fracionada é
autorizada quando há necessidade de imunização da população em uma velocidade
rápida e cujo número de doses disponíveis não seja suficiente ou ponha em risco
o nosso estoque estratégico. Foi autorizada a vacinação fracionada para São
Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Então esses estados que já têm autorização para
a dose fracionada terminarão a cobertura de sua população com essa vacina fracionada”,
disse.
Segundo o ministro, “as
doses fracionadas têm a mesma efetividade da integral, conforme estudos
publicados. E os demais [estados], como não estão em risco, não há circulação
do vírus por enquanto nessas áreas, nós vamos fazer com a dose integral,
porque, como não há risco, não há justificativa para o fracionamento.”
A estratégia de vacinação
será feita de forma gradativa. Os estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e da
Bahia serão os primeiros a estender a vacinação para todos os municípios.
Segundo a previsão do
Ministério da Saúde, em julho deste ano, os estados do Paraná, de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul adotarão a vacina padrão em todos os municípios
e deverão vacinar 11.3 milhões de pessoas. Em janeiro do ano que vem, a
estratégia estende-se aos estados do Piauí, da Paraíba, de Pernambuco, do
Ceará, de Alagoas, de Sergipe e do Rio Grande do Norte, que vão totalizar 25,3
milhões de pessoas. O Maranhão, que já fazia parte da área de recomendação da
vacina, não entra nesse cálculo.
O secretário de Vigilância
em Saúde, Adeilson Loureiro, informou que o Ministério da Saúde já solicitou um
aumento de doses da vacina ao laboratório que produz a vacina, o
Bio-Manguinhos/Fiocruz, e que o país tem estoque suficiente para cumprir o
planejamento feito.
Agência Brasil
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