Considerada heroína com 'nervos de aço' por passageiros, piloto de voo da Southwest foi treinadora da Marinha.
Passageiros elogiaram os
“nervos de aço” da piloto da Southwest Airlines que conseguiu fazer um pouso de
emergência no Aeroporto Internacional da Filadélfia, na Pensilvânia, na
terça-feira (17) depois que o avião sofreu uma explosão em um dos motores e teve
uma das janelas quebrada por estilhaços da fuselagem.
O voo 1380 estava a caminho
de Dallas, no Texas, com 149 pessoas a bordo, quando o motor explodiu e
estilhaços quebraram a janela. Com isso, a passageira Jennifer Riordan, de 43
anos, teve parte do corpo sugada para fora da aeronave. Sete pessoas ficaram feridas
no acidente.
Tammie Jo Shults, de 56
anos, manteve a calma e, para os passageiros, conseguiu evitar uma tragédia
maior.
A piloto conseguiu fazer o
pouso de emergência ao descer rapidamente, enquanto passageiros usavam as
máscaras de oxigênio que caiam dos compartimentos acima de seus assentos e se
preparavam para o impacto.
Nervos de aço
O passageiro Alfred
Tumlinson, de Corpus Christi, Texas, disse à Associated Press, que Shults e sua
equipe foram extremamente profissionais.
“Ela tem nervos de aço.
Aquela mulher, eu a aplaudo. Vou mandar a ela um cartão de Natal. Com um
vale-presente por ter me colocado no chão. Ela foi sensacional”.
“A mulher, a tripulação,
tudo, todos foram perfeitos. Eles foram tão profissionais no que fizeram para
nos colocar em solo”, acrescentou.
Passageiros disseram ainda
que, assim que o avião pousou, a piloto caminhou pelos corredores e conversou
com eles para se certificar de que estavam bem.
Peggy Phillips, de Brandon,
Texas, também estava a bordo e disse à emissora NBC que considera a piloto “uma
heroína”.
“A maioria de nós, quando
aquele motor explodiu, acho que estávamos meio pensando ‘bem, acho que já
era’”, lembra.
“Nos colocar no chão com um
motor explodido e nos pousar em segurança é nada menos do que um milagre para
mim. Ela é uma heroína, com certeza”.
Gravação
A tranquilidade de Shults
pode ser comprovada pelo tom de sua voz na gravação de sua comunicação com a
torre de comando do aeroporto, quando ela relatou o acidente. Após informar
sobre a explosão, ela foi questionada se o avião estava em chamas.
“Não, não está em chamas,
mas parte dele está faltando”, disse, fazendo uma breve pausa. “Disseram que há
um buraco e que alguém saiu”.
“Desculpe, você disse que
tinha um buraco e alguém saiu?”, perguntou o controlador em tom de
incredulidade.
“Sim”, respondeu a piloto,
ainda mantendo o controle emocional.
Carreira militar
Tammie Jo Shults tem 56 anos
e se formou em 1983 pela universidade MidAmerica Nazarene University, de
Olathe, no Kansas, em biologia e agronegócios, segundo uma porta-voz da
universidade.
Em seguida, ela se alistou
na Marinha, onde se tornou uma das primeiras piloto militar mulher nos EUA,
apesar da resistência que sofreu dos colegas homens. De acordo com o jornal
“The Kansas City Star”, ela foi a primeira mulher a pilotar um caça F/A-18
Hornet para a marinha norte-americana.
Antes de se tornar piloto
comercial, Shults foi treinadora de pilotos na Marinha.
À Associated Press, o
cunhado dela, Gary Shults, a descreve como “uma mulher formidável”. Ele diz que
seu irmão, Dean Shults, que também é piloto, afirma que ela é a melhor piloto
que ele já viu. “Ela é uma pessoa muito atenciosa e dedicada, que cuida de
muita gente”, resume.
G1
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