FOLHA DE SÃO PAULO: De saída, governador da PB cria guarda pessoal para ex-governadores.
Prestes a deixar o cargo, o
governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), sancionou um projeto de lei que
cria cargos de três assessores para guarda pessoal para ex-governadores.
A medida é semelhante a que
seria adotada pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que há um mês
chegou publicar decreto que estendia o serviço de segurança a ex-prefeitos e o
beneficiaria.
Pressionado pela repercussão
negativa do decreto após reportagem da Folha, Doria recuou e alterou a medida,
que valerá somente para os prefeitos eleitos a partir da próxima legislatura.
Doria vai renunciar ao cargo esta semana para disputar o governo de São Paulo.
A lei sancionada por Ricardo
Coutinho, publicada em 31 de março, prevê que os próximos ex-governadores
tenham três policiais para sua segurança pessoal. O benefício tem prazo
correspondente ao tempo que o ex-governador exerceu o mandato, com limite de
quatro anos.
Como governador reeleito,
com sete anos e quatro meses de mandato, Coutinho terá o benefício até 2022.
A medida foi criticada pela
oposição, que vê a lei como uma forma de Coutinho beneficiar a si próprio.
“É a lei do adeus, aprovada nas
vésperas do governador deixar o cargo. Totalmente fora de propósito”, diz o
deputado estadual oposicionista Bruno Cunha Lima (PSDB).
Ele afirma que, quando
deixar o cargo, Coutinho terá a sua disposição mais policiais do que algumas
pequenas cidades da Paraíba, como Lagoa de Dentro, Prata e Ouro Velho, que só
possuem efetivo de dois policiais cada uma.
A mesma lei que determina
três seguranças para o ex-governador também prevê a criação de cinco cargos na
Fundação Casa de José Américo, órgão do governo do Estado, para cuidar dos
acervos dos ex-governadores.
Os assessores serão
indicados por familiares de cada um dos últimos cinco ex-governadores do
Estado. Cada um terá direito a um assessor com salário de R$ 2.000. A oposição
afirma que as indicações ferem o princípio da impessoalidade.
Procurado, o secretário de
Comunicação da Paraíba, Luiz Torres, não atendeu às ligações da reportagem na
manhã desta quarta (4).
*RENÚNCIA*
O governador da Paraíba
Ricardo Coutinho (PSB) deverá renunciar ao cargo de governador até o próximo
sábado (7) para disputar uma vaga no Senado. Caso opte por não disputar as
eleições, ele deixa o cargo em 31 de dezembro.
A expectativa, segundo
aliados, é que Coutinho deixe o cargo para disputar as eleições. A avaliação é
que sua candidatura ao Senado serviria para alavancar a candidatura do seu
candidato ao governo, o secretário estadual João Azevedo (PSB).
A decisão sobre a possível
renúncia de Coutinho será anunciada na próxima sexta-feira (6).
Folha de São Paulo
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