Paulo Preto, Aécio, Alckmin e Azeredo: o inferno astral do PSDB.
Alckmin e Aércio |
A grande repercussão da
detenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o impacto disso nas pretensões
eleitorais do PT praticamente monopolizaram o debate no mundo político nos
últimos dias. A barulhenta prisão, no entanto, ofuscou o inferno astral no qual
mergulhou o seu arquirrival, o PSDB, atingido por uma série de notícias
negativas com imenso potencial para abalar os planos da legenda – e até para
colocar algum tucano graúdo atrás das grades.
Um dia depois de o juiz
Sergio Moro decretar a prisão de Lula, a Polícia Federal prendeu Paulo Vieira
de Souza, conhecido como Paulo Preto, alcunha que assombra os poleiros tucanos
já há algum tempo. Preso, seu potencial como delator cresce muito. Conhecido
como operador do PSDB na arrecadação de dinheiro junto às empreiteiras para
campanhas eleitorais, o ex-diretor da Dersa, estatal paulista de transportes, é
acusado de ter desviado 7,7 milhões de reais das desapropriações pagas pelo
trecho sul do Rodoanel durante as gestões de Geraldo Alckmin e José Serra.
Nesta terça-feira, mais três
más notícias para os tucanos. Na de maior impacto político delas, o Ministério
Público Federal em São Paulo pediu à Procuradoria-Geral da República o envio
“com urgência” para primeira instância das investigações sobre o tucano, que
perdeu o foro privilegiado ao renunciar, na sexta-feira, 7, ao cargo de
governador para disputar a Presidência da República na eleição deste ano.
A pressa para a mudança de
foro se deve, segundo os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato no
estado, ao “andamento avançado de outras apurações correlatas sob nossa
responsabilidade”. Na investigação, Alckmin é suspeito de receber doações ilícitas
de campanha da Odebrecht por meio de seu cunhado, Adhemar César Ribeiro. O
inquérito foi aberto a partir das delações premiadas dos ex-executivos da
empreiteira.
Outra má notícia foi a
decisão do ministro Marco Aurélio Mello de incluir na pauta de julgamentos da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da próxima terça-feira, 17, a
denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à Justiça. Apresentada
em junho de 2017, a acusação será analisada pelos cinco ministros do colegiado:
Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luiz Fux
– se a denúncia for aceita, Aécio vira réu.
A acusação da PGR foi
formulada no âmbito da Operação Patmos, deflagrada a partir das delações
premiadas de executivos do Grupo J&F. Em março de 2017, o empresário
Joesley Batista, um dos sócios do conglomerado, gravou o senador tucano
pedindo-lhe 2 milhões de reais. O montante, segundo a acusação, foi entregue em
quatro parcelas de 500.000 reais, em dinheiro vivo, a um primo de Aécio,
Frederico Pacheco de Medeiros, nos dias 5, 12, 19 de abril e 3 de maio. Parte
dos valores foi entregue a Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé
Perrella (MDB-MG), que levou o dinheiro a Belo Horizonte.
A Polícia Federal filmou os
dois recebendo o dinheiro das mãos do diretor de Relações Institucionais da JBS
e também delator, Ricardo Saud. Além do senador, foram denunciados Pacheco de
Medeiros, Souza Lima e a irmã de Aécio Andrea Neves.
Prisão
O caso mais grave, no
entanto, tende a ser o do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo. O
ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou nesta
terça-feira uma liminar para impedir a sua prisão, alegando que, ao contrário
do que alegava sua defesa, não há “constrangimento ilegal” no acórdão do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que autoriza a execução da pena após
o esgotamento dos seus recursos em segunda instância.
Cabe recurso contra a
decisão, a ser analisada pela 5ª turma do STJ. O caso é semelhante ao de Lula,
que também teve habeas corpus contra a prisão em segunda instância frustrados
nas cortes superiores.
O tucano foi condenado a 20
anos e dez meses de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, no
processo conhecido como “mensalão mineiro” ou “mensalão tucano”. De acordo com
a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-governador foi beneficiado
por um esquema de doações ilegais para sua campanha à reeleição ao governo de
Minas em 1998.
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