Senado aprova projeto para combate ao bullying e outras violências nas escolas.
Os senadores aprovaram em
Plenário nesta terça-feira (17), em votação simbólica, o projeto de lei que
inclui entre as atribuições das escolas a promoção da cultura da paz e medidas
de conscientização, prevenção e combate a diversos tipos de violência, como o
bullying. A matéria segue para sanção presidencial.
O PLC 171/2017, da deputada
Keiko Ota (PSB-SP), altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB-Lei 9.394/1996) para incrementar o combate a todas as formas de violência
nas escolas, reforçando a Lei de Combate ao Bullying (Lei 13.185/2015).
A relatora da proposta em
Plenário, senadora Simone Tebet (PMDB-MS), informou que dados do Diagnóstico
Participativo das Violências nas Escolas, feito em 2016 pela Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais em parceria com o Ministério da Educação,
apontam que 69,7% dos jovens afirmam terem visto algum tipo de agressão dentro
da escola, seja agressão verbal, física, discriminação, bullying, furto, roubo
ou ameaças.
Para Simone Tebet, o projeto
complementa a Lei de Combate ao Bullying. A senadora observou que o bullying é
“um dos males” enfrentadas atualmente por crianças e adolescentes.
“Além do sofrimento causado
à vítima, estudos comprovam que a violência também tem efeitos negativos sobre
o desempenho escolar dos estudantes. Nesse sentido, a proposição em análise é
bastante meritória, pois não somente busca incluir entre as incumbências dos
estabelecimentos de ensino a promoção de medidas de conscientização, de
prevenção e de combate a todos os tipos de violência, mas vai além ao
responsabilizá-los pela promoção da cultura de paz”, afirma Simone em seu
relatório.
O projeto aprovado
acrescenta dois incisos ao art. 12 da LDB, para determinar que todos os
estabelecimentos de ensino terão como incumbência promover medidas de
conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência,
“especialmente a intimidação sistemática (bullying)” e ainda estabelecer ações
destinadas a “promover a cultura de paz nas escolas”.
Assistência psicológica
Ao defender a aprovação do
PLC, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) afirmou que violências praticadas
dentro das escolas contra crianças e adolescentes podem acarretar efeitos
negativos no desenvolvimento das vítimas e trazer prejuízos “para o resto da
vida” dessas pessoas.
Marta aproveitou para pedir
mais celeridade na análise do PLC 76/2011, que trata da obrigatoriedade da
assistência psicológica a educadores e educandos da educação básica. Essa
proposta tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Ela lembrou ainda que a Lei
13.185/2015 criou o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, que prevê
entre outros objetivos, disseminar campanhas de educação, conscientização e
informação; instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e
responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores; dar assistência
psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores; promover a
cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma
cultura de paz e tolerância mútua.
Além disso, a lei
estabeleceu como dever de estabelecimentos de ensino, clubes e agremiações
recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate
à violência e ao bullying.
Redação com Agência Senado
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