Ministro diz que projeção de salário mínimo em R$ 1.002 está mantida.
O ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago, afirmou, nesta quarta-feira (6), que
o governo mantém a projeção para o salário mínimo em 2019 no valor de R$ 1.002,
diferentemente da estimativa de redução apontada em nota técnica da Comissão
Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. Segundo a nota, que subsidia os
trabalhos da CMO, houve redução na projeção de inflação para o ano, de 3,8%
para 3,5%, segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do
2º bimestre, o que rebaixaria o mínimo do ano que vem para R$ 998.
“A grade de parâmetros
oficial é aquela que foi feita em 15 de março, essa é a que existe. Nós iremos
rever mais na frente ou mais no final do ano. Nossas projeções podem mudar ao
longo do ano, mas o governo não está revendo nada”, afirmou.
Por lei, o reajuste do
salário mínimo é feito com base na variação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (IPCA) acumulada em 12 meses, acrescida da variação real do Produto
Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país de
dois anos anteriores. Assim, o salário mínimo de 2019 deve ser corrigido pelo
INPC de 2018 e terá aumento real equivalente à taxa de crescimento do PIB em
2017, que foi de 1%.
Déficit
Colnago participou de
audiência pública na CMO para discutir o Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (PLDO) de 2019, que estabelece as regras para elaboração e
execução da proposta orçamentária de 2019. De acordo com a legislação, o
projeto precisa ser aprovado até o dia 17 de julho. Ao apresentar a projeção de
déficit primário para os próximos anos, resultado das contas públicas do
governo (receitas menos despesas, excluindo o pagamento de juros da dívida
pública), o ministro ressaltou que a expectativa é que o país só consiga
reverter o rombo orçamentário a partir de 2024. Essa expectativa é diferente da
previsão inicial do próprio governo, que projetou retomada de superávit a
partir de 2022.
“Há alguns cenários que
levam a que, a partir de 2024, a gente tenha uma chance de reverter o déficit.
Isso leva em consideração o teto dos gastos”, explicou. A aprovação de reformas
estruturais, como a da Previdência, de acordo com o ministro, é fundamental
para o cumprimento da emenda constitucional do teto dos gastos, que limita o
crescimento dos gastos públicos à variação da inflação do ano anterior.
A proposta da LDO enviada ao
Congresso prevê que o governo gastará R$ 635,4 bilhões no próximo ano para
pagar os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), um valor que
é R$ 43,1 bilhões (7,27%) maior que o previsto para 2018. O pagamento de
salários do funcionalismo e encargos sociais soma mais R$ 321,983 bilhões. Além
disso, outras despesas obrigatórias estão estimadas em R$ 360,122 bilhões,
segundo a LDO de 2019. Com isso, sobrariam cerca de R$ 99 bilhões de recursos
discricionários, que financiam obras e investimentos, o que representa cerca de
7% do total do Orçamento Federal estipulado para próximo ano.
Colnago negou que haja
discussão para incluir no orçamento do ano que vem algum subsídio para o
combustível, como foi feito na semana passada para atender à reivindicação de
redução no valor do óleo diesel feita pelos caminhoneiros. “Não há nenhuma
discussão nesse sentido ainda”, afirmou.
Agência Brasil
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