Para assessores de Temer, reajuste diário da gasolina é 'insustentável', e aumentos devem passar a ser mensais.
Depois de o diesel passar a
ter reajuste mensais, a avaliação dentro do governo Temer, com certa
concordância da própria Petrobras, é que o preço da gasolina também deve deixar
de ter reajustes diários e sofrer aumentos a cada mês.
Para assessores do
presidente Temer, o reajuste diário ficou "insustentável" num
ambiente de turbulências no mercado financeiro por causa da instabilidade nos
cenários externo e interno. A própria Petrobras, que criou a regra de ajustes
diários, já estaria também convencida de que o sistema terá de sofrer
modificações.
Nesta segunda-feira (4), a
equipe econômica, juntamente com o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras,
devem discutir o assunto. A ideia é criar um colchão tributário para amortecer
aumentos elevados no preço da gasolina diante de altas expressivas do barril do
petróleo e do dólar.
Seria algo semelhante ao que
foi feito para o diesel, só que, no caso deste combustível, a maior parte da
conta será bancada com subsídio. O problema para a gasolina, neste momento, é a
falta de espaço fiscal para criação de um colchão tributário.
Uma das propostas que serão
discutidas é usar a geração de novas receitas para bancar o colchão. O que pode
ser feito com recursos de leilões do petróleo do pré-sal, que devem ser feitos
a partir do acordo da cessão onerosa com a Petrobras.
Na época da capitalização da
empresa, no governo petista, a estatal ganhou campos do pré-sal para explorar
em troca de ações entregues à União. Só que essas reservas se mostraram bem
maiores do que o previsto. Uma parte será devolvida à União, que vai leiloá-la.
Especialistas apontam que o governo pode arrecadar no mínimo R$ 50 bilhões com
esses leilões.
O fim do reajuste diário de
preço dos combustíveis começa a ganhar adesão até no mercado financeiro e entre
economistas, o que deve facilitar as discussões sem grandes prejuízos para a
Petrobras.
O ex-presidente da estatal
Pedro Parente, ao deixar o cargo na semana passada, sabia que essa discussão
seria colocada na ordem do dia e resolveu sair exatamente para facilitá-la. O
próprio Pedro Parente, criador da regra, percebeu que ela teria de ser
modificada e avaliou que sua saída seria a melhor solução para isso.
Principal defensor da
criação do colchão tributário dentro do governo, para evitar reajustes diários
da gasolina, o ministro Moreira Franco (Minas e Energia) diz que tudo será
feito preservando a Petrobras.
"Não vamos interferir
na política da Petrobras de garantir sua lucratividade, isso não será feito,
como não foi no caso do diesel. Mas precisamos pensar na população, e isso é
tarefa do governo, que passará a avaliar o que deve ser feito", afirmou
Moreira Franco ao blog.
G1
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