ELEIÇÕES 2018: Eleitor vai ter apenas 35 dias para escolher cinco candidatos.
A campanha eleitoral deste
ano será a primeira da história do Brasil com apenas 35 dias para que os
eleitores possam conhecer os candidatos, analisar as propostas de cada um e
escolher em quem vai votar. Apesar da propaganda eleitoral ser liberada a
partir de 15 de agosto, o horário eleitoral no rádio e na televisão só começará
no dia 31 de agosto e termina no dia 4 de outubro.
De acordo com o ex-ministro
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e presidente do Instituto Brasileiro de
Direito Eleitoral (Ibrade), advogado Henrique Neves, o formato que será adotado
prejudica, principalmente, o eleitor, a quem será levada uma quantidade grande
de notícias, em curto espaço de tempo, envolvendo centenas de candidatos para 5
cargos. Por isso, tem que redobrar a atenção e estabelecer critérios.
“No total, serão 35 dias, sendo
que os candidatos a eleição presidencial disporão, em conjunto, nas rádios e
televisões de dois programas diários de doze minutos e meio para divulgação da
propaganda em bloco, nas terças e quintas-feiras e no sábado”, comentou Neves.
Ele explicou que na prática,
portanto, a propaganda eleitoral para os candidatos à Presidência da República
será exibida durante quinze dias intercalados, no tempo total de 375 minutos,
com prováveis reprises do programa noturno no primeiro horário do dia seguinte.
“O eleitor deverá decidir quem ocupará o cargo executivo mais elevado da
República nos próximos quatro anos a partir de pouco mais de seis horas de
propaganda eleitoral”, afirmou.
Henrique Neves lembrou que
além da propaganda em bloco, os partidos também disporão, no total, de 70
minutos diários para veiculação dos anúncios de todos os candidatos que
disputam as cinco eleições que ocorrerão no primeiro domingo de outubro para os
cargos de Presidente da República, Governador, Senador, Deputado Federal e
Deputados Estaduais e Distrital.
Tempos são desproporcionais
Conforme levantamento
realizado pelo ex-ministro, nas eleições Gerais de 2010, o site do TSE registra
que 22.538 candidatos concorreram a todos os cargos, incluindo-se os vices e
suplentes. Em 2014, foram 26.162 candidatos. De 2014 até hoje, surgiram 3 novos
partidos, o que revela que o número de candidaturas pode aumentar.
“Comparando os dados,
chega-se à conclusão que 70 minutos diários durante 35 dias totalizam 2.450
minutos. Se este tempo fosse distribuído igualitariamente entre mais de 25.000
candidatos, cada candidato teria menos de 10 segundos para expor suas ideias e
plataformas. Os partidos políticos e as coligações que disputarão as eleições
provavelmente privilegiarão alguns em detrimento de outros, que não nunca
aparecerão no rádio ou na TV”, comentou.
De acordo com Henrique
Neves, para os candidatos preteridos restará realizar a propaganda eleitoral
pela internet, que já é o segundo meio de comunicação utilizado pelos
brasileiros (26%) e ultrapassou o rádio (7%) e os jornais (3%), mas ainda está
distante das televisões (63%), segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia, de 2016.
Com Jornal Correio
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