Médicos britânicos alertam sobre superbactéria transmitida sexualmente.
A Associação Britânica de
Saúde Sexual e HIV (BASHH, na sigla em inglês) acendeu a luz de alerta para uma
infecção sexualmente transmissível que se alastra pelo mundo, tratada como
“superbactéria”. A contaminação da Mycoplasma genitalium (MG) ocorre em
relações sexuais sem o uso de preservativo.
Por ser uma doença ainda
pouco conhecida, nem sempre há testes para diagnóstico preciso e também
medicamentos específicos. As informações sobre a superbactéria estão sendo
reunidas e analisadas.
Um estudo divulgado pela
BASHH alerta que, se medidas urgentes não forem tomadas, a MG pode se tornar
uma “superbactéria” em dez anos. Atualmente, uma em cada 100 pessoas infectadas
pode não responder ao tratamento.
Segundo a análise, os dados
preocupam porque a não reação ao tratamento pode levar até 3 mil mulheres por
ano a terem doença inflamatória pélvica (DIP) causada por MG e com risco de
infertilidade.
Características
A “superbactéria” provoca
sintomas semelhantes aos da clamídia – doença sexualmente transmissível também
por bactéria que provoca dores, inflamação pélvica e corrimento -, mas é mais
resistente ao tratamento e, se não tratada, pode levar à infecção aos órgãos
reprodutivos e causar infertilidade.
Há, ainda, mais semelhanças
entre a contaminação por Mycoplasma genitalium (MG) e outras doenças
sexualmente transmissíveis. No caso do homem, provoca ardência ao urinar e
secreção, além de inflamação dos órgãos internos.
Nas mulheres, a
superbactéria provoca dor ao urinar, inflamação de órgãos internos, secreção e
infertilidade, em situações mais graves.
De acordo com especialistas,
homens e mulheres correm risco de serem contaminados pela MG quando fazem sexo
desprotegido, no caso, sem o uso de preservativo. A contaminação pode ocorrer
por via oral, vaginal e anal.
Prevenção e Tratamento
O estudo informa que 72% dos
especialistas em saúde sexual disseram que é preciso mudar as práticas sexuais
para se tornem mais seguras. No caso, recomendam um alerta das autoridades
públicas sobre as ameaças do avanço da superbactéria.
O porta-voz da BASHH, Paddy
Horner, afirmou que a MG é tratada com antibióticos, mas até recentemente não
havia testes disponíveis para diagnosticar a doença. Segundo ele, houve
situações de diagnóstico e tratamento equivocados.
Para elaboração do estudo,
foram ouvidos 169 especialistas em saúde sexual que atuam no Reino Unido. Entre
as recomendações apresentadas estão o melhor controle da resistência aos
antibióticos, a busca pelo diagnóstico mais preciso, a redução de custos do
tratamento e o acompanhamento.
Agência Brasil
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