Em reunião com a CNBB, Haddad se compromete a revogar reforma trabalhista.
BRASÍLIA - O candidato à
Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad (foto), esteve nesta quinta-feira,
11, na Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), em Brasília, reunido com o
secretário-geral da instituição, Dom Leonardo Steiner, para ouvir as demandas dos
católicos e se comprometer com a entidade, caso vença as eleições 2018. No encontro, a entidade apresentou ao
presidenciável uma série de propostas, entre elas, a não legalização do aborto,
a defesa da democracia, a proteção do meio ambiente e das questões indígenas e
quilombola.
À saída do encontro, o
petista afirmou que Dom Leonardo “reiterou nota da CNBB sobre medidas do
governo atual como a chamada teto de gastos e a reforma trabalhista”. “Me
comprometi no primeiro momento a revogar essas medidas que, na minha opinião,
comprometem os direitos sociais”, afirmou Haddad.
Haddad também fez um pedido
à CNBB para que a instituição recomende aos católicos que tenham mais cuidados
com as notícias falsas, as chamadas fake news. "Não devemos atacar a honra
das pessoas com informações falsas", afirmou.
Ele disse que é atacado por
Jair Bolsonaro (PSL), que diz que o petista distribuiu material impróprio para
crianças, o chamado kit gay. "Jamais houve distribuição de material
impróprio para crianças. Isso seria um desrespeito com professoras e
diretoras", completou.
Ainda sobre o adversário,
Haddad criticou a ausência do capitão reformado em debates e o aceno dele ao
programa social Bolsa Família. "Se tem alguém que criticou o Bolsa Família
nos últimos 10 anos, foi o meu adversário", afirmou.
Haddad falou sobre os apoios
que sua candidatura está recebendo e disse que as "forças democráticas
estão se unindo". Ele afirmou que todos os governadores eleitos do PSB já
estão engajados. "Tivemos a felicidade de ter o apoio formal do PDT, do
Ciro (Gomes)", disse. Ele foi interrompido nessa hora por um jornalista
que disse "crítico, não é?". "Todo apoio é crítico",
respondeu. "O Ciro está se recuperando de uma cirurgia e, para nós, uma
palavra dele basta".
Em relação à pesquisa mais
recente que mostrou o candidato com 42% das intenções de votos no segundo
turno, ele disse que acredita que pode crescer nas próximas semanas e chegar a
50%, já que começou a campanha com 4%.
Protesto
O candidato do PT daria uma
entrevista em frente à CNBB, logo após o encontro, onde um grupo de jornalistas
o aguardava. Porém, a entrevista teve de ser deslocada porque dois homens,
vestidos com camisetas do candidato Bolsonaro, chegaram e começaram a
protestar. Por segurança, a equipe de Haddad decidiu mudar o local da entrevista.
Os homens chegaram a seguir o comboio do petista por algumas quadras.
Estadão
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