Nomeado para transição de Bolsonaro foi preso após queixa de agressão à ex.
BRASÍLIA DF (FOLHAPRESS) -
Indicado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para integrar sua equipe de
transição, o vice-presidente nacional do PSL, Julian Lemos, foi por três vezes
alvo da Lei Maria da Penha, acusado de agressão pela irmã e pela ex-mulher.
Lemos foi eleito deputado
federal este ano e atuou como coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste.
Ele é um dos 28 integrantes do grupo que vai recolher as informações do atual
governo para, a partir disso, planejar as ações do próximo.
As queixas de agressão
ocorreram em 2013 e 2016, como noticiou a Folha de S. Paulo em dezembro do ano
passado. Em um deles, o dirigente partidário foi preso em flagrante.
A primeira queixa contra ele
foi apresentada em 2013 pela ex-mulher, Ravena Coura, que disse à polícia ter
sido agredida fisicamente e ameaçada por uma arma de fogo. Na ocasião, Lemos
foi preso em flagrante.
Em 2016, Coura fez outra
denúncia. Afirmou à polícia que o então companheiro "é uma pessoa muito
violenta" e a teria ameaçou, dizendo: "Vou acabar com você, você não
passa de hoje".
Meses depois, no entanto,
ela recuou das acusações. Declarou que tudo não passou de uma "desavença
banal" e que o ex-marido "é um homem íntegro, honesto, trabalhador e
cumpridor de todas as obrigações".
Na audiência em que se
apresentou pessoalmente ao juiz, Coura disse que já havia perdoado seu
ex-companheiro, manifestando o desejo de desistir da acusação.
Os dois inquéritos, por
isso, foram arquivados.
Uma terceira investigação
foi instaurada em 2016 por representação da irmã de Lemos, Kamila. Ela contou
em depoimento que tentou "apaziguar" uma briga do irmão com a
ex-mulher, quando passou a ser ofendida e agredida fisicamente, com
"murros, empurrões", tendo sido arrastada pelo pescoço.
Laudo do IML (Instituto
Médico Legal) constatou escoriações.
Os advogados de Lemos
apresentaram carta com retratação da irmã, a exemplo do que ocorreu nos outros
casos.
Porém, a Justiça solicitou
que ela fosse ouvida em audiência.
Procurada pela Folha nesta
segunda (5), a defesa de Lemos informou que só terá informações atualizadas
sobre o andamento desse caso na terça (6). E reiterou que seu cliente nunca
agrediu a irmã nem a ex-mulher.
O dirigente partidário nega
todas as acusações. Segundo ele, as representações foram motivadas por momentos
de "fragilidade emocional" dos familiares.
"Ela não vai ser nem a
primeira nem a última [a se retratar]. Ou você acha que toda Maria da Penha é
aquilo ali que está escrito [na acusação]?" (...) Nunca agredi, nunca,
nunca, nunca", disse ele à Folha em dezembro.
FolhaPress
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