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ELEIÇÕES: Partidos começam a se movimentar de olho em 2020.



As próximas eleições só acontecem em 2020, mas os partidos que não saíram vitoriosos no último pleito começam a desenhar as estratégias para este período que antecede a próxima votação. Autocrítica, oposição à atual gestão estadual e busca por protagonismo na cena política devem ser algumas ações adotadas por estas legendas, que, mesmo distante, já visualizam a disputa que virá.

O Correio conversou com representantes dos três principais partidos que fizeram oposição ao Partido Socialista Brasileiro (PSB): Partido Verde (PV), Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que reforçaram metas e ações para o próximo ano.

Segundo mais votado na última disputa ao Governo do Estado, Lucélio Cartaxo, presidente municipal do PV e chefe de gabinete da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), disse que sua legenda estará atenta as ações da atual administração estadual, sobretudo cobrando investimentos e melhorias nas áreas de maior necessidade.

“Vamos cobrar que o atual governo cumpra aquilo que prometeu durante a campanha, principalmente nas áreas de maior necessidade da população, como segurança, saúde, educação e desenvolvimento. Apontaremos soluções, reivindicando melhorias, porque entendemos que a gestão precisa, antes de tudo, ter a população como protagonista nas ações, independente das bandeiras partidárias”.

Para os próximos meses, Lucélio Cartaxo defende investir no modelo de gestão que deu a Luciano Cartaxo a vitória na última eleição municipal, quando venceu em primeiro turno. “O PV vai seguir fazendo aquilo que tem feito nos últimos anos: o bom trabalho, buscando resultados que melhorem o dia a dia da população. A gestão do prefeito Luciano Cartaxo, que também é presidente estadual do partido, tem demonstrado isso, investindo em ações que beneficiam diretamente a vida das pessoas, independente se ela vive na zona norte ou zona sul da cidade.

Acreditamos que uma legenda partidária só tem força e cresce se ela representa e serve à população. É por isso que nosso modelo de gestão continua crescendo”, disse.

MDB reconhece erro

Líder do MDB na Assembleia Legislativa (ALPB) e representante da Executiva do partido, o deputado estadual reeleito Raniery Paulino disse que o partido fará oposição ao governo socialista e defende uma ampla reforma na sua legenda.

“Naturalmente estamos na oposição, já que disputamos eleições e não vencemos. A tônica principal desta oposição tem que ser em favor da Paraíba, que será avaliada com a Executiva Estadual do partido”, disse o deputado. Ele acredita que a autocrítica é importante neste período de intervalo entre os pleitos, avaliando tudo o que passou e projetando o que pode ser feito para atender aos anseios da população.

“A autocrítica é o ponto de partida, é o primeiro ponto para buscarmos uma evolução. A gente tem que primeiro olhar pra nós, pensar onde erramos, onde podemos melhorar e no que acertamos. Não adianta colocar o lixo para debaixo do tapete. Os partidos políticos estão todos em cheque pela sociedade e necessariamente requer uma autocrítica”, disse.

Paulino defende que sua legenda precisa se reconectar com a população. “O MDB é um partido muito identificado com massas, com bandeiras em defesa da democracia e precisa identificar novas bandeiras, se aproximar mais do movimento de base e das universidades. A Fundação Ulisses Guimarães é um núcleo central do partido, uma força propulsora pra gente fazer esses debates. O MDB precisa fazer uma renovação, não somente nos nomes, mas na comunicação com as pessoas”.

Novos rostos. Entre estas mudanças, avalia o deputado, está a reconfiguração dos nomes que representam a legenda em âmbito nacional. “Precisamos melhorar nossas referências a nível nacional, precisamos de novas caras para melhorar nossas referências. O maior problema que o MDB teve nos últimos tempos foi o governo Michel Temer, que não foi um governo tecnicamente ruim, mas foi um governo sem respaldo popular, com uma credibilidade muito baixa. Isso puxou para baixo todos nós que fazemos parte do partido”, destacou Raniery Paulino.

O parlamentar defendeu ainda maior compromisso ideológico do partido. “A eleição de 2018 foi ou de quem tinha grande estrutura ou quem estava fazendo a política do ódio. Um ódio a esquerda e ódio a direita. O ódio como plataforma de campanha. Nosso papel é assumir a posição de Centro, e isso não significa ficar em cima do muro, mas do ponto de vista do equilíbrio. Essa seria uma boa bandeira para o clima que está estabelecido na Paraíba e no Brasil, seríamos o ponto de equilíbrio”.

Reorganização no PSDB e PT

O PSDB foi outro partido que esteve na disputa na última majoritária, com Cássio Cunha Lima candidato ao Senado. Presidente estadual da legenda e deputado federal reeleito, Ruy Carneiro acredita que este é o momento de reforçar os elos e articulações nos 223 municípios paraibanos, colocando em prática ações que já renderam frutos nos últimos pleitos municipais.

“Continuar sendo um partido forte na Paraíba é continuar trabalhando e organizando os municípios, preparando para a eleição de prefeitos que está por vir, além das novas filiações. Não um trabalho de campanha, mas um trabalho de formiguinha. Foi o que fizemos na última eleição municipal e que deu um resultado extraordinário na última eleição municipal. É um trabalho contínuo, não acaba nunca”, disse o presidente Ruy Carneiro.

Apesar da derrota na majoritária, Ruy Carneiro destacou os ‘louros’ alcançados pelo partido no último pleito estadual. “Em 2019 vamos dar continuidade ao trabalho partidário que não acaba nunca, sempre reorganizando o partido.

Na última eleição tivemos um resultado que temos que analisar por dois prismas: por um lado, perdemos um senador; por outro, fomos a única bancada que conseguiu eleger mais de um deputado federal. Elegemos três. Isso foi um grande resultado nosso. Temos 10% da bancada nacional”.

Seminário. Apesar de fazer parte da bancada de situação, ao lado do PSB, o Partido dos Trabalhadores (PT) também não conseguiu eleger seu candidato na majoritária, o então candidato ao Senado Luiz Couto. Na avaliação do presidente da legenda na Paraíba, Jackson Macêdo, o ex-deputado federal pode ser um nome interessante na disputa pela Prefeitura de João Pessoa em 2020, tendo em vista o bom resultado nas urnas, entretanto defendeu que este é o momento de fazer uma grande avaliação do partido, antes de decidir nomes para o próximo pleito.

“Fizemos uma reunião no início da semana com as forças políticas do PT, planejando o seminário de avaliação das eleições para o próximo dia 26 de janeiro, que contará com alguém da direção nacional para nos ajudar no processo de avaliação do pleito estadual.

Vamos criar já em 2019 o Grupo de Trabalho Eleitoral, chamado GTE, que geralmente é criado no ano da eleição, mas decidimos criar um ano antes para preparar nosso partido para 2020”, disse.

Macêdo explica que o grupo vai mapear a situação do PT na Paraíba, junto aos diretórios municipais e as comissões provisórias, vendo onde o PT deve disputar a eleição para prefeito. “Vamos estabelecer metas de eleição de vereadores, vice-prefeitos e prefeitos. Com o fim das coligações proporcionais, os partidos terão que sair sozinhos na disputa. A ideia é que esse grupo possa mapear a situação do PT na Paraíba e estimular o lançamento das candidaturas”, disse.

Na última eleição municipal, o PT só conseguiu eleger um prefeito, enquanto na disputa anterior foram cinco. O número de vereadores também foi menor: caiu de 120 para 60.

“Aquela eleição foi realizada no meio da crise política que atingiu principalmente o PT, que foi bombardeado pela imprensa todos os dias. A ideia é a partir de agora trabalhar uma base partidária para chegarmos bem em 2020, fazendo oposição ao governo Bolsonaro”.

  
Jornal Correio

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