Polícia prende no Rio dois suspeitos de matar Marielle Franco.
Vereadora Marielle Franco - Imagem da internet |
Uma operação conjunta do
Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na madrugada de
hoje (12) dois suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista
Anderson Gomes em 14 de março de 2018. Ronie Lessa é policial militar reformado
e Elcio Vieira de Queiroz foi expulso da Polícia Militar.
Segundo o Ministério
Público, os dois foram denunciados depois de análises de diversas provas. Lessa
teria sido o autor dos disparos de arma de fogo e Elcio, o condutor do veículo
usado na execução.
De acordo com o MP, o crime
foi planejado nos três meses que antecederam os assassinatos.
Operação
Além dos mandados de prisão,
a chamada Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos
dois acusados, para apreender documentos, telefones celulares, computadores,
armas e acessórios.
Na denúncia apresentada à
Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de
fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a
fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de
idade.
Segundo o MP, o nome da
operação é uma referência a uma praça no Centro do Rio, conhecida como Buraco
do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. No local,
ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes
do seu partido, o PSOL. “Além de significar qualquer tipo de luz ou claridade,
a palavra lume compõe a expressão 'trazer a lume', que significa trazer ao
conhecimento público, vir à luz”, informa a nota.
Presos
Apesar de outros suspeitos
terem sido apresentados anteriormente, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os
primeiros a serem formalmente denunciados e presos pelo crime.
Ronnie Lessa foi aposentado
depois de um atentado a bomba contra ele, que resultou na amputação de uma de
suas pernas e que teria sido provocado por uma briga entre facções criminosas.
Já Élcio Queiroz chegou a
ser preso em 2011 na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que apurou o
envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos
milicianos. Na época, Queiroz era lotado no Batalhão de Olaria (16º BPM).
Antes de apresentar os
primeiros denunciados pelo crime, a polícia suspeitava que o crime havia sido
planejado por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que teria
envolvimento com milícias e que está preso desde outubro de 2017.
No entanto, o próprio
Curicica denunciou à Procuradoria-Geral da República que ele estava sendo
coagido pela Polícia Civil a assumir a autoria do crime. Por isso, em outubro,
a Polícia Federal entrou no caso, para apurar a atuação da Polícia Civil.
Assassinatos
O crime ocorreu no
cruzamento das ruas Joaquim Palhares, Estácio de Sá e João Paulo I, pouco mais
de um quilômetro distante da casa de Marielle. Um carro emparelhou com o
chevrolet Agile da vereadora e vários tiros foram disparados contra o banco de
trás, justamente onde estava Marielle. Treze disparos atingiram o carro.
Quatro tiros atingiram a
cabeça da parlamentar. Apesar dos disparos terem sido feitos contra o vidro
traseiro, três deles, por causa da trajetória dos projéteis, chegaram até a
frente do carro e perfuraram as costas do motorista Anderson Gomes. Os dois morreram
ainda no local.
A única sobrevivente foi uma
assessora de Marielle. O carro ou os carros usados no crime (acredita-se que
tenham sido dois) deixaram o local sem que os autores do homicídio pudessem ser
identificados, pois as câmeras de trânsito que existem na região estavam
desligadas.
*Matéria alterada às 8h13
para acréscimo de informação.
Por Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil
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