Seguro-defeso tem fraude em 65% dos benefícios, diz Bolsonaro.
O
presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (18) que as fraudes na concessão do
seguro-defeso a pescadores podem atingir o total de 65% dos benefícios
concedidos. Bolsonaro fez a declaração em transmissão ao vivo em sua página
oficial no Facebook.
"Nós
calculamos que 65%, ou seja, dois terços, sejam fraudes. A gente gasta mais de
R$ 2 bilhões por ano e devemos combater isso aí", afirmou Bolsonaro, que
considerou a situação uma "festa no seguro-defeso". O presidente está
na Base Naval do Guarujá, litoral paulista, onde deverá permanecer durante o
feriado e o fim de semana. Ele confirmou a realização de um recadastramento
nacional para coibir a concessão irregular do benefício.
Os
pescadores têm direito de receber verbas federais, no valor de um salário
mínimo por mês, no período do defeso, quando ficam impedidos de trabalhar. O
defeso é a paralisação temporária da pesca, no período de reprodução, para a
preservação das espécies. A Secretaria de Aquicultura e Pesca é o órgão que
está organizando um novo cadastro nacional de pescadores, que deverá estar
pronto até o fim de maio. O presidente disse que quem não fizer jus ao
benefício, não deverá se recadastrar, mas quem insistir em manter a fraude
poderá ser processado.
"Quem,
até lá, voluntariamente, sair do sistema, sem problema nenhum será anistiado.
Quem teimar em ficar, poderá receber um processo por falsidade ideológica,
coisa que, no fundo, a gente não quer fazer, [mas] isso é fraude, é
desvio", disse.
Verbas
de Publicidade
O
presidente criticou recente matéria publicada pelo portal UOL, que revelou
crescimento de 63% no desembolso de verbas oficial de publicidade do governo no
primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Bolsonaro disse que a reportagem levou em consideração verbas autorizadas ainda
na gestão de Michel Temer e que o valor gasto nos três primeiros meses de seu
governo foi de R$ 13,3 milhões, e não de R$ 75 milhões, como noticiado.
"A
fatura de dezembro nós pagamos em janeiro e fevereiro. Não é da nossa conta, é
do governo anterior", disse Bolsonaro, ao justificar os pagamentos feitos
no último trimestre. O presidente reforçou também que continuará aplicando
verbas de publicidade na mídia tradicional, como rádio, jornal e televisão, mas
de forma racional, sem privilegiar ou perseguir nenhum veículo.
"Vamos
usar o critério técnico, não vai ser mais aquela televisão conseguindo 85% da
propaganda e os demais 15%", disse.
Por
Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
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