“MASSACRE DE BELÔ” TEM EXPLICAÇÃO, SIM!
O Mundo do Futebol não se cansa de
perguntar: O que aconteceu com a Seleção Brasileira diante da não tão poderosa
Alemanha, que já havia passado por alguns momentos difíceis nesta copa? O País
inteiro foi “dormir” com o apagão que houve no Estádio Mineirão, em Belo
Horizonte, onde o time desestruturado taticamente (e até tecnicamente), entrou
em campo pura e simplesmente para conferir a beleza do futebol alemão,
praticado à base do toque de bola.
Um dia após o “Massacre de Belô”,
nenhum outro assunto foi tão explorado do que a apática presença do escreve
canarinho diante dos alemães. Nos coletivos, nos restaurantes, nas casas
comerciais, nas rodas de bate-papos, nas farmácias e em cada casa - onde a comemoração
foi preparada com muito esmero, porém sem que fosse previsto tal decepção -,
todos procuram uma explicação. Contudo, ela não existe. A menos que se leve em
consideração alguns fatores que antecipavam o fracasso da seleção, menos para a
Comissão Técnica, comandada pelo teimoso Luiz Felipe Scolari.
1. Erradamente, idealizaram uma
seleção sem a presença de jogadores que já tivessem disputado uma Copa do
Mundo. Escaparam apenas Daniel Alves, Maicon e Júlio César pelo que estou
lembrado. Assim, profissionais como Ronaldinho e Cacá (sem falar na
possibilidade de Robinho) perderam cedo a esperança de disputar o Mundial em
seu País. Os dois não estavam jogando o mesmo futebol com o qual foram
considerados os melhores do mundo. Todavia, eles formariam, ao lado de Maicon,
Daniel Alves, Júlio César, um grupo mesclado com alguns desses jovens nos quais
colocaram uma carga enorme de responsabilidade e sem condição de atender as
exigências de um País acostumado a feitos inéditos.
2. Na convocação dos jogadores, Felipão
chamou um punhado de inexperientes para disputar uma competição desse nível
técnico e tático esquecendo que aquela “meninada” não tinha e nem tem, hoje,
condição de fazer frente a equipes estruturadas dentro e fora de campo há mais
tempo e com atletas atuando juntos há muitos anos, como é o exemplo da
Alemanha.
3. Felipe Scolari continua o mesmo:
Contumaz. Ele insistiu em manter Fred no time titular quando ele não tinha
condição sequer de figurar no grupo. Ele passou maus momentos no Fluminense,
afastado do time titular por causa de contusão e por falta de condicionado
físico, que atrapalha tanto a parte tática quanto a técnica. Mas foi chamado
para ser titular e acabou assistindo a Copa sem pagar ingresso. E o melhor: De
dentro de campo.
4. A Seleção Brasileira tem, hoje,
comprovadamente, os dois melhores zagueiros do mundo. Tiago Silva e Davi Luiz
são os “monstros” da defesa. Mas, como eles segurariam um time (Dante jogou a
partida vexame no lugar de Tiago Silva), sem um lateral-esquerdo bom na marcação
e um meio-de-campo sem criação de opção para as subidas dos laterais e dos
atacantes? Durante os jogos desta copa o que se viu foram os meio-campistas
Neymar e Oscar marcar terreno pelos lados esquerdo e direito, respectivamente,
deixando os dois volantes (Luiz Gustavo e Paulinho ou Fernandinho)
sobrecarregados na marcação diante dos adversários, que sempre jogaram contra o
Brasil utilizando o esquema 4-4-2 com variação para o 5-4-1 e até para o 5-5,
como fez a Alemanha em alguns momentos da partida, inclusive quando marcou três
gols entre uma lágrima e outra que desciam rosto abaixo dos que não acreditavam
no “Massacre de Belô”. A humilhante derrota por 7 x 1, ratifica o que foi o
time durante toda a melhor e mais organizada Copa do Mundo de todos os tempos,
conforme opinião dos próprios estrangeiros.
Diante dessa análise feita
cuidadosamente nos jogos da Seleção Brasileira (e eu já havia alertado sobre a
ausência de um homem criativo no meio-de-campo e de um atacante que se
movimentasse bem entre os zagueiros adversários), não enxergo culpados entre os
jogadores. Podem ter certeza. Eles são os menos culpados, pois não pediram para
ser convocados, embora seja esse o desejo de todo bom jogador: Defender a
seleção de seu País numa Copa do Mundo.
E, sinceramente, mesmo com o retorno
de Tiago Silva à zaga, não vejo o time brasileiro em condição de conquistar o
terceiro lugar da competição, seja contra a Argentina ou Holanda (duelo desta
quarta-feira), principalmente se Felipão mantiver a mesma estrutura tática
vista nos jogos disputados até o momento.
Todavia, vejo que esse time tem
amplas condições de ainda dar muitas alegrias ao Brasil, claro se forem
mantidos juntos e sempre jogando juntos, assim como fez a Alemanha. Mas tem que
haver mudanças desde a presidência da Confederação Brasileira de Futebol – CBF,
até à Comissão Técnica, capitaneada por Luiz Felipe Scolari.
Até a próxima.
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Gomes
Silva é ex - editor de Esportes dos jornais: Paraíba e Diário da Borborema,
ambos de Campina Grande-PB, por mais de uma década.


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