Estudantes ocupam a Reitoria da UFPB após confusão.
Um
grupo de estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) ocupou a Reitoria
da instituição, em João Pessoa, no fim da tarde desta segunda-feira (29) após
uma confusão envolvendo os manifestantes, a reitora Margareth Diniz e outros
funcionários. Segundo o aluno do curso de fisioterapia Luiz Vitor, mais de 40
estudantes estão no prédio e só pretendem sair quando houver um “posicionamento
concreto e válido da Reitoria”.
O
conflito começou após uma reunião de negociação relacionada à greve de fome
realizada por quatro alunos na entrada da Reitoria desde as 8h do dia 23 de
fevereiro. A pauta de reivindicação do grupo tem 23 pontos, todos relacionados
a assistência estudantil. Na manhã desta segunda-feira (29), um deles passou
mal e foi levado para o Hospital Universitário Lauro Wanderley. Segundo a
assessoria da unidade, o estado de saúde do jovem é regular e ele segue fazendo
greve de fome.
De
acordo com Luiz Vitor, a decisão da ocupação foi tomada porque Margareth não
quis conversar com os estudantes. “A reitora não está aberta a diálogo. Ela
colocou a guarda dela para bater nos estudantes. Teve professor e segurança
batendo em aluno”, descreveu. Ele explicou que não foi permitido que eles
entrassem em uma reunião e então eles forçaram a entrada no ambiente.
Por
volta das 20h30, a reitora Margareth Diniz estava prestando esclarecimentos à
Polícia Federal e ia fazer um exame de corpo de delito. A chefe de gabinete
dela, Aline Monte, contou uma versão diferente do caso. Segundo ela, o
Ministério Público Federal e a Defensoria Pública estiveram na universidade
para mediar as negociações com o movimento. Ela explicou que a Reitoria já
tinha respondido a todos os 23 pontos da pauta dos manifestantes, mas que não
teve retorno.
“Depois
de muita discussão entre o procurador e os estudantes manifestantes, a reitora
concordou com o encaminhamento do MPF, que nós retornaríamos para o gabinete e
ia esperar uma resposta na terça-feira. Mas uns 50 alunos não deixaram fechar a
porta. A reitora foi empurrada, caiu no chão, um manifestante a pegou pelo
pescoço. Eles quebraram os vidros do setor e a porta de acesso ao gabinete da
reitora e não deixaram que ela entrasse”, relatou.
Ainda
segundo ela, a filha de Margareth, que é deficiente, estava no momento da
confusão e ficou assustada. “Ela estava dentro do gabinete, no escuro. O
procurador [José Godoy] disse que aquilo era cárcere privado. Então a Polícia
Militar chegou e, após 40 minutos de negociação, conseguiu tirar as duas de
dentro da Reitoria. Aos poucos, eles foram tirando todo o pessoal lá de
dentro”, lembrou Aline.
Luiz
Vitor, no entanto, informou que não houve agressão por parte dos estudantes.
“Esse espaço é público e a gente tem o direito de ocupar. A gente não colocou
em risco, em nenhum momento, a segurança dela ou da filha dela. A gente disse
que não ia bater nela. O movimento é pacífico”, garantiu. Em relação aos vidros
quebrados, o estudante disse que não foi uma ação do grupo de alunos.
Aline
informou que as filmagens das câmeras de segurança da Reitoria já foram
entregues à Polícia Federal. Sobre a ação da Polícia Militar, ela explicou que
foi tentado contato com a Polícia Federal em um primeiro momento, mas, por
conta da falta de efetivo, os próprios policiais recomendaram que fosse chamada
a PM.
G1
Nenhum comentário