Apreendidos carros de luxo em ação que flagrou empresário com drogas.
A polícia apreendeu uma tonelada de entorpecentes e uma Van disfarçada usada para transporte da droga |
Carros
de luxo foram apreendidos durante a operação Velho Mundo, da Polícia Federal,
que prendeu em flagrante um empresário de 29 anos e outras cinco pessoas com
mais de uma tonelada de maconha e cocaína em uma fazenda de Jaguaquara, cidade
no sudoeste da Bahia. Os detalhes da operação foram apresentados pelo órgão, em
coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12).
O
empresário preso é casado com a cantora Viviane Tripodi, com quem tem dois
filhos. A PF não informou de quem pertencem os carros apreendidos: uma BMW, uma
Hilux, uma SW4 e um Ford Ranger. Ainda conforme a PF, o empresário é conhecido
em toda a Bahia pela atuação no tráfico de drogas e, assim como outros
integrantes do grupo, já havia sido preso por conta do mesmo crime.
Segundo
a PF, a fazenda, chamada de Tripolândia, era utilizada pela quadrilha para
estocar drogas antes dos entorpecentes serem distribuídos a compradores de
cidades baianas e diversos estados do país. Somente na fazenda, foram
encontrados cerca de 800 kg de maconha em tabletes prontos para a venda.
Drogas
também foram localizadas em uma van plotada como ambulância de resgate do Corpo
de Bombeiros (400 quilos de maconha) e em um galpão utilizado pela organização
criminosa (69 quilos de cocaína), situado no bairro de Itinga, em Lauro de
Freitas, na região metropolitana de Salvador. A van 'disfarçada' de ambulância
tinha fundo e teto falsos, onde estava a droga, e saiu da cidade de Porto
Seguro com destino à Jaguaquara, quando foi flagrada.
Elza
Tripodi, mãe de Viviane, afirmou estar surpresa e chocada com a notícia.
Segundo ela, o genro vinha administrando a fazenda desde o ano passado, mas
ninguém da família sabia do envolvimento dele com o tráfico. No local, a
polícia também diz ter encontrado um revólver calibre 38.
A
Polícia Federal disse ainda que só há indícios de prática de crime contra os
seis presos, mas o órgão informou que outras pessoas também são investigadas.
Conforme o órgão, elas estão sendo ouvidas para que a polícia possa identificar
eventuais participações com o grupo criminoso. A PF não citou nome de nenhum
suspeito.
A
operação também cumpriu mandados de busca e apreensão nos municípios de
Eunápolis e Porto Seguro, no sul do estado. A PF informou que a ação é fruto de
uma investigação iniciada há mais de dois meses com o objetivo de desarticular
a organização criminosa, que tem como principal atividade ilícita o tráfico de
entorpecentes.
"O
tráfico de drogas é o estopim para a prática de outros crimes. Por isso, é
importante combatê-lo desde o cultivo da droga, como é o caso da maconha. Esta
já é a terceira operação para combate de tráfico realizada esse ano",
destacou o delegado da Fábio Muniz, responsável pelo Setor de Investigação de
Crimes Organizados da PF.
O
delegado André Rocha, que também atuou na operação, informou que a PF está
investigando a procedência da drogra apreendida, mas que tudo indica que o
entorpecente tenha saído de estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
"Já vinhamos investigando esse grupo responsável por entrada de drogas na
Bahia bem antes da operação ser oficializada, no dia 21 de abril. E temos
indícios de que essa droga venha de estados brasileiros que possuem estocagem
do material. Por enquanto, ainda não há indícios de que tenha vindo do
Paraguai, pela forma de embalagem do material, e por isso não há indícios de
tráfico internacional", destacou.
Segundo
Rocha, a investigação continua para também esclarecer como funcionava a
quadrilha. "Vamos investigar a hierarquia do grupo e como se estruturava.
A suspeita de liderança caiu sobre um dos presos [o empresário] devido a
vinculação de alguns imóveis com pessoas próximas deles, que também são
investigadas, mas que não foram indiciadas", destacou.
O
delegado informou que a polícia chegou até os suspeitos após interceptações
telefônicas autorizadas pela Justiça. "Também foram utilizados métodos de
vigilância especiais e entrega controlada, que é quando se acompanha o trânsito
de certa quantidade de entorpecentes para responsabilizar pessoas. A
investigação se originou em Porto Seguro", disse.
O
delegado também informou que há indícios de lavagem de dinheiro. "Temos
indícios, mas ainda não há conclusões. Para se descobrir isso é preciso a
utilização de algumas técnicas que demandam mais tempo, como quebra de sigilo
bancário e investigações sobre bens que possam ter sido adquiridos com o
dinheiro oriundo da comercialização de drogas. Ninguém ainda foi indiciado por
lavagem de dinheiro", destacou.
G1
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