Meirelles diz que, se houver aumento de impostos, será temporário.
O
novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (13) que
o Brasil aguarda “uma ação e uma mudança no itinerário da economia”, num
momento de recessão, deterioração das contas públicas e aumento do desemprego.
Ele não descartou aumento de impostos, mas disse que, se essa medida for
tomada, será "temporária." Entretanto, indicou que o governo pode
rever subsídios (incentivos).
“O
país de fato está aguardando uma ação e uma mudança no itinerário da economia.
Um fato concreto é que o momento que estamos vivendo é de recessão. Isso leva a
um aumento do desemprego e queda da renda e afeta o bem estar das pessoas”,
disse ele durante a primeira entrevista coletiva no ministério da Fazenda.
“O
mais importante é a queda do investimento, que levou à queda do emprego e ao
mesmo tempo à uma diminuição da capacidade de oferta da economia que, mesmo com
a demanda caindo, permitiu em algumas situações uma resistência da inflação.”
Mais
cedo nesta sexta, Meirelles deu sua primeira entrevista como ministro ao Bom
Dia Brasil. Nela, disse que a primeira grande ação do governo de Michel Temer
na área econômica será "controlar" o aumento de despesas públicas,
que hoje superam em bilhões a arrecadação gerando déficit.
Ele
também afirmou o nome do novo presidente do Banco Central será definido neste
fim de semana. E que o governo pretende enviar um projeto ao Congresso para
tirar o status de ministro do cargo, mas mantendo o foro privilegiado para toda
a diretoria do BC.
Meirelles
também defendeu que se estabeleça uma idade mínima para aposentadoria pela
INSS. De acordo com ele, a medida é fundamental para garantir o financiamento
da Previdência. E que o governo manterá o atual formato de correção do salário
mínimo, que prevê a atualização dos valores pela inflação do ano anterior e
pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Aumento
de imposto
Ao
ser questionado sobre a proposta de retorno da Contribuição Provisória Sobre
Movimentação Financeira (CPMF), enviada ao Congresso pelo governo Dilma
Rousseff, mas ainda não votado, Meirelles não respondeu se apoia.
Ele
afirmou, porém, que, caso seja necessário um determinado tributo para elevar a
arrecadação e contornar o déficit das contas públicas, ele será aplicado, mas
será “temporário”.
“Sabemos
que o nível de tributação já é elevado”, afirmou. Para o ministro, o governo
deve ter como meta uma queda da carga tributária brasileira.
“No
entanto, vamos evidentemente dar prioridade à questão da dívida pública e do
seu crescimento a níveis sustentáveis. Qualquer aumento de tributo tem que ser
proposto como temporário, se for necessário”, afirmou.
Fim
de subsídios
Meirelles
indicou que o governo do presidente em exercício Michel Temer poderá rever
subsídios (incentivos dados a diversos setores). Entretanto, disse que serão
considerados “direitos adquiridos”.
“Aquilo
que estiver em andamento, de determinadas coisas dados com prazo determinado,
se for compromisso do governo, isto será respeitado”, declarou. Entretanto,
conforme forem vencendo os prazos de validade dos subsídios, o governo não deve
renová-los.
“É
importante que não seja perpetuada essa situação”, disse. “Que tenhamos redução
relevante na conta de subsídios. É a mesma coisa que falei para situação geral
de evolução da dívida pública.”
G1
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