Polícia tem dificuldade para investigar acidente que matou pelo menos 18 em SP.
Muitas
peças importantes para o trabalho dos peritos na identificação das causas do
acidente com ônibus que capotou na noite de ontem (8), na rodovia
Mogi-Bertioga, no estado de São Paulo, já próximo ao litoral norte, foram
danificadas. Uma delas é, por exemplo, o tacógrafo, equipamento que poderia
apontar a velocidade do veículo. A informação foi dada hoje (9) pelo titular da
Delegacia de Bertioga, Fábio Pierre.
O
ônibus ia de Mogi das Cruzes para Bertioga e a maioria das vítimas morava em
São Sebastião. Entre os mortos e feridos, estudantes universitários e do ensino
médio. Todos estudavam em Mogi das Cruzes.
No
acidente, morreram pelo menos 18 pessoas e mais de 10 ficaram feridas, sendo
duas estão em estado grave. Um dos passageiros, Eric Augusto Ramalho, está na
Unidade de Terapia Intensiva (UIT) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, para
onde foram encaminhados seis feridos.
Destes,
dois morreram (Rita de Cássia e Carolina Mareca) e outros três estão estáveis (Lais
de Oliveira, Luziane Batista e Aline de Jesus). A idade precisa das vítimas não
foi divulgada pelo hospital, mas a grande maioria tem entre 19 e 22 anos.
Entre
os mortos estava o motorista que trabalhava há dois anos para a empresa União
do Litoral, fretado pela prefeitura de São Sebastião. Segundo a prefeitura, a
empresa foi contratada para operar 13 linhas de transporte de estudantes, sendo
seis no caminho entre São Sebastião e Mogi das Cruzes. A documentação do
ônibus, ainda de acordo com a prefeitura, estava em ordem.
O
trecho da estrada onde o ônibus tombou era de declive e com pouca iluminação,
afirmou o delegado Fábio Pierre. Não estava chovendo, mas o veículo bateu numa
rocha e, ao tombar ficando com as rodas para cima, teve toda a parte do teto
destruída, inclusive a cabine. ”A maioria das vítimas sofreu contusões muito
sérias na cabeça”, disse o delegado em entrevista ao programa Revista Brasil,
da Rádio Nacional.
Perícia
Ele
afirmou que pode ter ocorrido uma conjunção de fatores determinando o acidente,
mas só a perícia poderá identificar se houve falha humana, condições adversas
na estrada ou mesmo questões mecânicas. O problema, disse o delegado, é que
está sendo muito difícil o trabalho dos peritos para auxiliar nas investigações
em razão do estado em que ficou o ônibus, um monte de ferro retorcido,
incluindo o tacógrafo.
A
cena que se via no local logo após o acidente era chocante, afirmou o delegado.
“Somos pais, temos filhos que estudam e chegar no local e ver 15 corpos e
dezenas de feridos em meio a sangue, casacos, mochilas, bolsas, até cobertores
porque estava frio e celulares tocando isso deixou todos chocados”, afirmou.
De
acordo com o delegado, o ônibus foi fabricado em 2005 e, apesar de a estrada
ser perigosa, o motorista conhecia bem o trajeto que fazia há pelo menos dois
anos. O policial comentou, ainda, que por pouco não ocorreu outra tragédia
porque enquanto os bombeiros, a Polícia Rodoviária e demais socorristas
atendiam as vítimas, um caminhão desgovernado surgiu na contramão da estrada e
só parou após bater em um guincho e em uma viatura do Corpo de Bombeiros.
O
motorista do caminhão alegou ter perdido o freio. De acordo com a Polícia
Rodoviária estadual, o acidente ocorreu por volta das 22h50 e a estrada ficou
bloqueada entre zero hora e às 7h05 de hoje (9).
Agencia
Brasil
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