Após dois dias de trégua, interior do RN volta a registrar ataque incendiário.
Após
dois dias inteiros sem registrar nenhum caso que pudesse ser relacionada aos
ataques criminosos que o Rio Grande do Norte vem sofrendo, a Secretaria da
Segurança Pública e da Defesa Social do estado confirmou ao G1 que está
investigando um incêndio ocorrido na madrugada deste domingo (7) que destruiu
um ônibus, um caminhão e uma retroescavadeira em uma garagem da Prefeitura de
Senador Georgino Avelino, município distante pouco mais de 50 quilômetros de
Natal.
A
garagem da prefeitura fica na zona rural do município, em uma comunidade
chamada de Carnaúba. “Tudo indica que foi um incêndio criminoso, causado por
ação humana, mas ainda não podemos atribuir o ato a nenhuma facção”, informou a
Sesed por meio de sua assessoria de comunicação. “A suspeita é de incêndio
criminoso, mas o delegado de Polícia Civil da cidade é quem vai investigar o
caso e dizer o que aconteceu”, reforçou o tenente-coronel Genilton Tavares,
comandante da PM na região.
Os
ataques que vêm acontecendo no estado são reivindicados por uma facção
criminosa insatisfeita com a instalação de bloqueadores de celular na
Penitenciária Estadual de Parnamirim, cidade da Grande Natal. O primeiro caso
aconteceu na tarde do dia 29 de julho, quando um micro-ônibus foi incendiado na
BR-101, em Macaíba, também na região Metropolitana da capital potiguar. Em uma
semana, a Sesed registrou 107 atos criminosos em 37 cidades. O último atentado
havia ocorrido na manhã da quinta-feira (4). Ao longo deste período, 108 pessoas
foram presas suspeitas de participação direta ou envolvimento nos ataques.
Os
principais alvos dos criminosos são ônibus, carros, prédios da administração
pública e bases policiais. Um dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio
Alves, e até mesmo a vegetação do Morro do Careca – um dos principais
cartões-postais do estado – também foram alvos dos atentados.
Anos
de descaso
Para
o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte,
general Ronaldo Lundgren, afirmou que "tudo isso que estamos passando é
resultado de anos de descaso, de falta de atenção e de investimentos em
segurança pública".
Em
entrevista ao G1, ele também ressaltou que essa onda de ataques só começou
porque o Estado, enfim, decidiu retomar o controle dos presídios. "O
Estado começou pela Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), na quinta-feira
(28), a eliminar os escritórios do crime. Já nesse mesmo dia, ficamos de
prontidão. Na sexta, assim que soube do ataque a um micro-ônibus em Macaíba,
determinei que fosse iniciada a Operação Guardião. Essa ação, que envolve todos
os órgãos de segurança pública que atuam no Rio Grande do Norte, tem por
objetivo minimizar a reação dos criminosos. Avalio, após esse período, que
nosso planejamento foi suficiente".
Segundo
o secretário de Segurança, os ataques foram cometidos ou tentados por 'soldados
do crime'. "São pessoas que têm dívidas de droga ou que realizaram ou
tentaram fazer ataques em troca de R$ 50, R$ 100. Tudo isso a mando de chefes
que estavam dentro de presídios. Para comprovar, todos eles tiveram que filmar
o momento do ataque. Isso agora nos serve como prova contra eles".
G1
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