MP-MA pede novo afastamento de Lidiane Leite em Bom Jardim, MA.
De
volta ao cargo, a prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite (foto), reempossada na
última terça-feira (9), enfrenta um novo pedido de afastamento, desta vez do
Ministério Público do Maranhão (MP-MA). O promotor de Justiça titular da
Comarca de Bom Jardim, Fábio Santos de Oliveira, protocolou esta semana um
pedido de reconsideração ao Poder Judiciário para que seja julgada a ação civil
de improbidade administrativa ajuizada em 26 de agosto de 2015, que trata do
afastamento da prefeita Lidiane Leite.
Acusada
de desviar verbas da educação, Lidiane Leite ficou conhecida como ‘prefeita
ostentação’ depois de postar fotos ostentando luxo na internet e ficar foragida
39 dias da Polícia Federal (PF).
O
pedido de afastamento liminar havia sido solicitado pelo MP-MA, em virtude do
prejuízo causado pela prefeita aos cofres públicos municipais. Na mesma ação,
foi pedida a indisponibilidade dos bens dela e o ressarcimento ao erário. À
época, a Justiça declarou prejudicada a apreciação do pedido, pois Lidiane
Leite já havia sido afastada, por meio de decreto legislativo.
Na
avaliação do promotor, é necessário que o pedido seja analisado já que as
irregularidades permanecem. “O retorno ao cargo resultará na continuidade da
dilapidação do patrimônio público de Bom Jardim”, disse Oliveira.
Na
terça-feira, Lidiane Leite foi reconduzida ao cargo após uma decisão unilateral
do presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim, Aarão Sousa Silva, de revogar
o Decreto nº 6/2015, que havia decidido pela perda do mandato da prefeita.
Retorno
ao comando da prefeitura
Na
primeira fala como prefeita, Lidiane enalteceu o momento que vive novamente à
frente do município de 40 mil habitantes, localizado a 275 km de distância de
São Luís: “é um grande desafio”, disse.
Enquanto
Lidiane Leite esteve foragida da PF, o município ficou sem comando, já que a
vice-prefeita Malrinete Gralhada não poderia assumir o cargo até que houvesse o
afastamento de Lidiane. Os vereadores estavam impedidos de realizar votação por
causa de uma cautelar obtida por Lidiane na Justiça que proíbe a Câmara, que já
havia afastado-a por duas vezes, de realizar novo processo.
Após
assumir o município, Malrinete anunciou uma auditoria para apurar as
irregularidades nas contas do Executivo Municipal, que apontou um esquema de
'farra das diárias' na Secretaria de Assistência Social, que gastou mais de R$
1 milhão de recursos em pagamento de diárias.
Ostentação
Em
janeiro deste ano, Lidiane Leite voltou a aparecer nas redes sociais. Nas
postagens, Lidiane apareceu mais discreta, ao lado de parentes e amigos. Sobre
a possibilidade da ex-prefeita voltar à gestão municipal, a defesa de Lidiane
Leite havia informado que não existia nenhuma movimentação neste sentido.
Lidiane
Leite responde a processo criminal ajuizado pelo MPF por desvio de verbas,
fraude licitatória e associação criminosa durante gestão à frente da Prefeitura
de Bom Jardim.
Relembre
o caso
Lidiane
Leite foi presa no dia 28 de outubro, na sede da Polícia Federal, em São Luís,
depois de passar 39 dias foragida após ter a prisão decretada pela PF por
suspeita de irregularidades encontradas em contratos firmados com ‘empresas
fantasmas’. Após 11 dias encarcerada, ela foi solta pela Justiça sob a condição
de uso de uma tornozeleira eletrônica. O escândalo teve repercussão
internacional.
Lidiane
foi eleita com 50,2% dos votos válidos (9.575), frente ao principal adversário,
o médico Dr. Francisco (PMDB), que obteve 48,7% (9.289). Após a eleição,
Lidiane passou a ostentar uma vida de luxo na internet. “Eu compro é que eu
quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no
ombro pros recalcados”, comentou na internet. A conduta chamou a atenção do
Ministério Público, que passou a apurar fraudes em licitações do município.
Beto
Rocha chegou a ser preso pela ‘Operação Éden’, da PF. Ele ocupava a função de
secretário de Assunto Políticos na gestão de Lidiane. Também foi detido Antônio
Cezarino, ex-secretário de Agricultura. Ambos foram soltos no dia 26 de
setembro, por determinação do Poder Judiciário.
Em
julho, Humberto Dantas dos Santos, o Beto Rocha, foi novamente preso a pedido
da Delegacia Especial da Mulher de São Luis. Segundo a polícia a ex-companheira
dele, uma médica, denunciou Beto Rocha por agressão e tentativa de homicídio.
g1
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