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População pode estar sendo envenenada, alertam pesquisadores sobre o boqueirão.


A qualidade da água do açude Boqueirão não é propícia para o consumo e a população pode estar sendo envenenada ao beber. Essa é a constatação de médicos e estudiosos que estiveram presentes, nesta terça-feira (29), em uma audiência pública no plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba. Peixes com genes semelhantes aos de humanos estariam sofrendo anomalias por consumirem a água.

A médica e pesquisadora Adriana Melo, pioneira nas pesquisas sobre microcefalia, fez um alerta sobre as águas do Boqueirão. “Nossa preocupação é no sentido da qualidade da água do açude, por isso compreendo a deputada Daniella quando ela questiona a retirada da água nos carros-pipa. Não se deve retirar água do Boqueirão, pois a população pode estar sendo envenenada”, destacou Adriana.

A também pesquisadora Mônica Lopes, do Instituto Butantan, mostrou através de gráficos que estudos feitos nas águas do Boqueirão causaram anomalias e mortes em peixes cujos genes se assemelham aos de serem humanos. “A água não deve ser utilizada, pois matou os animais ou deixou anomalias. Não é uma água própria para consumo”, explicou. O estudo contemplou a água de outros açudes e também do Hospital Pedro I, em Campina Grande.

O professor Fabiano Thompson, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que não teria coragem de dar água do Boqueirão para um filho dele, demonstrando sua preocupação com a qualidade do açude. Segundo ele, foram feitas duas coletas no Boqueirão, e ficou comprovada uma alta carga de bacteriana. “Dentre os problemas que podem ser causados por essa água, diarreia seria o menor deles”, alertou Thompson, destacando ainda que o Boqueirão possui uma grande concentração de metais pesados, como zinco e cobre.

Já o professor de Geografia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Ozéas Jordão, disse que a situação do Boqueirão é crítica e merece ser discutida com seriedade, buscando minimizar os efeitos da falta de água na região.

A audiência foi de propositura da deputada estadual Daniella Ribeiro (PP), presidente da comissão especial para acompanhar a crise hídrica em Campina Grande e região. Na tribuna, Daniella fez um breve histórico sobre a história da Seca no Nordeste e na Paraíba, e voltou a cobrar providências do governo estadual no que compete às obras complementares da Transposição do Rio São Francisco e à fiscalização do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão).

A audiência pública contou ainda com a participação de representantes da Companhia DE Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), Ministério Público, Secretaria de Saúde de Campina Grande, Defesa Civil das localidades abastecidas pelo Boqueirão, dentre outros.



Correio da Paraíba 

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