No RN, número de homicídios nos dias de carnaval quase dobra este ano.
Pelo menos 43 pessoas
foram assassinadas no Rio Grande do Norte durante o período de carnaval deste
ano. As mortes foram registradas entre as primeiras horas da sexta (24) e o
final da manhã desta quarta-feira (1°) – um aumento de 41,4% de acordo com o
Observatório da Violência do RN (OBVIO). Ano passado, durante todos os dias de
folia, foram 29 assassinatos. Já em 2015, foram contabilizados 24 homicídios.
Do total de assassinatos
no estado, 40 pessoas foram mortas por arma de fogo, duas por arma branca e uma
por espancamento. Entre os mortos há uma mulher.
"Apesar de não
podermos relacionar completamente os homicídios ao carnaval, voltamos a
constatar a falibilidade da técnica de reforçar apenas os locais onde ocorrem
os principais eventos festivos", disse o especialista em segurança pública
Ivênio Hermes, que é um dos coordenadores do OBVIO.
Os corpos acumulados no
Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) de Natal são o reflexo da
violência no estado. Superlotado, o Itep reúne cadáveres fora das câmeras
frigoríficas, ensacados no chão do pátio, expostos ao sol. Os técnicos e
necrotomistas não têm autorização para conceder entrevista, mas contaram que as
geladeiras estão tão cheias que algumas gavetas, individuais, têm até dois
corpos.
Entre as vítimas da
violência está o cabo da Polícia Militar Edmilson Nascimento de Oliveira
Júnior. Baleado na noite da sexta-feira (24), ele não resistiu ao ferimento e
morreu no sábado (25). O PM levou um tiro nas costas durante uma tentativa de
assalto em um bar na Av. das Alagoas, no conjunto Pirangi, Zona Sul de Natal.
"Não se pode
continuar dando o tratamento eventual à segurança pública no RN, é preciso
estabelecer políticas e ações de segurança contendo metas e que essas metas
sejam submetidas à avaliação da sociedade civil organizada para aferição real
de resultados, definindo se o planejamento foi exitoso ou se precisa de
adequação", comentou Hermes.
Ao G1, a assessoria de
comunicação da Polícia Militar disse que nenhuma morte ocorreu diretamente em
locais de festa e que a PM só vai fazer um balanço ao final do carnaval.
Ainda segundo o
especialista, "As políticas públicas de segurança e políticas de segurança
pública precisam ser dinâmicas e aferíveis para ter chance de obtenção de
resultados positivos", criticou.
Ainda de acordo com os
dados do Observatório, a maioria dos assassinatos registrados no período de
carnaval deste ano aconteceu na capital. Foram 13 até o momento. Veja a tabela
completa:
Natal: 13
Mossoró: 5
Parnamirim: 4
Ceará-Mirim: 2
São Gonçalo do Amarante: 2
Extremoz: 2
São José de Mipibu: 2
Arez: 1
Grossos: 1
Macau: 1
Martins: 1
Santa Cruz: 1
Tangará: 1
São Pedro: 1
Assu: 1
Porto do Mangue: 1
Carnaúba dos Dantas: 1
São Paulo do Potengi: 1
Itajá: 1
Nísia Floresta: 1
G1
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