Ricardo participa da solenidade que marca chegada das águas do Rio São Francisco na Paraíba.
O governador Ricardo
Coutinho participou, nesta sexta-feira (10), da solenidade que marcou a chegada
das águas do Rio São Francisco à Paraíba, através do Eixo Leste do Projeto de
Integração do São Francisco, maior obra de infraestrutura hídrica do país. As águas do Velho Chico percorrem 217
quilômetros do Eixo Leste, atravessando cinco municípios pernambucanos, para
chegar às casas dos moradores de Monteiro, cidade paraibana que é a primeira a
receber as águas.
O evento contou com a
presença do presidente da República, Michel Temer, além de ministros, a
vice-governadora Lígia Feliciano, senadores, o presidente da Assembleia
Legislativa da Paraíba, Gervásio Maia, auxiliares do Governo, deputados
estaduais e lideranças da região.
Para o governador, a
chegada da água do Velho Chico vai modificar o perfil do Semiárido nordestino,
trazendo a possibilidade de desenvolvimento econômico para a área. “É um prazer
estar aqui em Monteiro presenciando a chegada das águas à Paraíba e a
realização de um grande sonho do Nordeste. Esta obra é, sem dúvida, a maior
obra hídrica do país e se apresenta em conjunto com ações complementares à
transposição, como o canal Acauã-Araçagi, 17 adutoras, saneamento em 11
cidades, além de outras obras para que as águas sejam bem distribuídas e
preservadas. A transposição significa o fim do problema da falta de água e vai
trazer muito crescimento para o Estado. Essa obra liberta a população da seca,
sendo a redenção do povo nordestino”, observou Ricardo.
O governador ainda
agradeceu aos últimos presidentes do Brasil que se empenharam para que o
Projeto de Integração do Rio São Francisco se tornasse realidade. “Não poderia
deixar de lembrar dos presidentes Lula e Dilma Rousseff que fizeram muito pela
transposição do Velho Chico. Essa obra vai desenvolver o nosso estado e dar
qualidade de vida para a população. Quero também agradecer ao presidente Temer
e ao ministro Helder Barbalho pelo trabalho realizado nos últimos meses. Hoje a
transposição é uma realidade”, completou.
O presidente Michel Temer
ressaltou que a transposição do São Francisco dará uma nova vida para os
moradores das regiões castigadas, durante anos, pela seca. “Coube a Monteiro a
honra de ser a porta de entrada das águas do São Francisco na Paraíba. Estou
feliz em estar aqui e entregar o Eixo Leste desta obra que, desde o império,
era debatida, mas só nos últimos anos foi executada. O Velho Chico e o Rio
Paraíba vão andar de mãos dadas levando água para os paraibanos. Estas águas
vão dar vida às regiões afetadas pela seca”, comentou o presidente.
O Eixo Leste do Projeto de
Integração, que trouxe a água para Monteiro, garante abastecimento a cerca de
4,5 milhões de pessoas em 168 municípios nos estados de Pernambuco e da
Paraíba. É composto por seis estações de bombeamento, cinco aquedutos, um
túnel, uma adutora e 12 reservatórios - estruturas que cruzam os municípios pernambucanos
de Floresta, Betânia, Custódia e Sertânia. “Hoje estamos escrevendo um capítulo
na história do Brasil que transforma a vida do povo nordestino. Se constrói
aqui a oportunidade do povo ter água para melhorar as suas vidas. Quero
festejar a conquista e agradecer a todos que trabalharam para que o Projeto de
Transposição do São Francisco se tornasse realidade”, comemorou o ministro da
Integração Nacional, Helder Barbalho.
Em Monteiro, a água do
Velho Chico vai abastecer os açudes São José, Poções e, em seguida, Camalaú.
Cerca de 40 dias depois, chegará ao açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) que se
encontra com apenas 4% da sua capacidade de acumulação. Dessa forma, as águas
do Rio São Francisco vão beneficiar cerca de 716 mil habitantes de Campina Grande,
Barra de Santana, Caturité, Queimadas, Pocinhos, Lagoa Seca, Matinhas, São
Sebastião de Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Boqueirão, Boa Vista, Soledade,
Juazeirinho, Cubati, Pedra Lavrada, Olivedos, Seridó e Cabaceiras.
Depois de Boqueirão, a
água segue para o açude de Acauã, em Itatuba, que pode armazenar até 253
milhões de metros cúbicos de água. O reservatório está com apenas 15,2 milhões
de metros cúbicos armazenados. Logo depois, a água vai para o açude de Araçagi,
que tem capacidade para em 63,2 milhões de metros cúbicos de água e está com 44
milhões.
História - A transposição
do Rio São Francisco foi pensada no período do império no Brasil, mas foi
iniciado em 2007. Cerca de 5,6 mil
trabalhadores atuaram, nesta reta final, nos dois eixos de transferência de
água (Norte e Leste), ao longo dos 477 quilômetros de extensão do
empreendimento. O projeto beneficia mais de 12 milhões de habitantes de 390
municípios dos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
Segundo informações do Governo
Federal, as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco passam pelos
seguintes locais no Eixo Norte: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante
(PE); Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro (CE); em São José de
Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras (PB). Já no Eixo Leste, o empreendimento
atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e
Sertânia; e Monteiro, na Paraíba.
O Eixo Norte tem 260
quilômetros de extensão, as obras nesse trecho apresentam 94,52% de execução e
estão previstas para serem concluídas no segundo semestre deste ano, após
finalização de serviços necessários à passagem da água do rio. A expectativa é
de que ela chegue ao reservatório de Jati (CE) e à Região Metropolitana de
Fortaleza ainda neste ano.
Utilização das águas - As
águas do Rio São Francisco visam, prioritariamente, atender à demanda de
abastecimento humano e suprir a necessidade de água para animais. O Projeto de
Integração do São Francisco também é considerado um meio de promoção do desenvolvimento
regional dos estados beneficiados. Após atender a prioridade de abastecimento,
o projeto possibilitará o crescimento econômico, por meio do aproveitamento dos
reservatórios locais. Com a chegada do reforço hídrico do São Francisco, a água
local pode ser aproveitada para gerar renda e desenvolvimento socioeconômico
das famílias nordestinas.
A água do projeto não pode
ser utilizada para atividades de lazer. As estruturas dos canais foram
projetadas para condução das águas e não para práticas aquáticas. Há um alto
risco de afogamento devido à correnteza e a profundidade dos reservatórios.
secom
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