Baleia Azul: Pais devem aderir às redes sociais dos filhos, diz psicóloga.
Para o psiquiatra Estácio
Amaro, os pais não têm mais controle ao conteúdo que seus filhos compartilham e
acessam na internet. Os jogos de risco ou séries que instigam o suicídio são
alguns exemplos citados por ele para que os pais fiquem atentos.
O conselho da psicóloga
Mariana Rocha para resolver esse tipo de problema e passar a perceber as
mudanças de comportamento dos filhos é entrar no mundo desses adolescentes.
Segundo ela, os pais devem aderir às mesmas redes sociais dos filhos para saber
o que se passa com eles através das postagens. “Entender os grupos que os
filhos estão inseridos através das redes sociais é muito importante. É uma
forma de observar e ficar sempre em sinal de alerta, mas sem invadir tanto a
privacidade”, comentou.
Os limites são importantes
em qualquer forma de educação e quando o assunto é o uso da internet ele
torna-se primordial. O psiquiatra Estácio Amaro aconselha o método de mostrar
que existem outras formas de se divertir e que nem sempre a tecnologia é
necessária. “Os pais precisam mostrar outras coisas que podem dar prazer e
estimular atividades físicas. Mas em casos de difícil controle ou mesmo
impossibilidade de resolução dentro de casa, é preciso levar para profissionais
adequados”, alertou.
Fazer com que a criança ou
adolescente se sinta acolhido e estabelecer uma comunicação sincera também é
importante para entender o outro e estabelecer um vínculo de confiança entre
pais e filhos. Nem sempre é fácil enxergar a doença, é preciso dedicar tempo e
atenção aos detalhes, como isolamento social, comportamentos estranhos, quando
o jovem começa a cobrir a tela do computador na presença de um adulto ou o uso
constante de roupas de manga comprida (geralmente são utilizadas para esconder
marcas de automutilação).
Na opinião de Estácio, os
adolescentes procuram esses tipos de “desafios” na tentativa de encontrar
adrenalina, muitas vezes por viverem na maior parte do tempo em casa,
apartamento, ou muitas vezes em seus próprios quartos. “Eles acham a vida um
‘tédio’”, observa.
O médico enfatiza que é um
erro menosprezar ou subestimar o que o jovem diz, e que o ideal é levá-lo para
uma ajuda especializada em saúde mental para uma avaliação. Suicídio não é uma
brincadeira ou um jogo, é algo sério e que faz vítimas. Apenas no período de
janeiro a março deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde registrou 57
suicídios na Paraíba. Os casos registrados neste período cresceram 54% nos
últimos oito anos. Em 2009, a SES obteve 37 registros durante os três primeiros
meses do ano.
Como agir? A psicóloga
alerta os pais para um diálogo em que o adolescente se sinta acolhido e não
perseguido. Por ignorância ou desespero, muitos pais acabam usando palavras
pesadas ou agressões verbais quando percebem um comportamento estranho ou
descobrem que os filhos estão inseridos em jogos como o Baleia Azul. No
entanto, a melhor forma é um diálogo aberto e saudável, mostrando-se sempre
interessado na rotina daquele adolescente. “Não adianta bater de frente. Não
pode chegar dizendo ‘por que você está nesse jogo?’. A melhor forma é dizer:
‘Filho, o que está acontecendo? Em que posso te ajudar?’”, comentou.
Outro ponto importante
defendido pela especialista é que os pais não devem confundir doença com “fase
da adolescência”. Muitos acabam em negação em um primeiro momento, seja por
culpa ou por não querer enxergar a depressão do filho. Nesses casos, os próprios
pais precisam de ajuda psicológica antes de tentarem ajudar os filhos.
Na opinião do psiquiatra
Estácio Amaro, os adolescentes precisam ser orientados sem que seu espaço seja
invadido. Ele explica que preservar a privacidade no sentido de não expor o adolescente
é o correto, no entanto, não conhecê-lo seria imprudente e arriscado.
Fique
Atento Comportamentos que merecem atenção:
1. Humor deprimido ou
irritável. 2. Falta de prazer com o que antes era prazeroso. 3. Aumento ou
diminuição do apetite. 4. Insônia ou sonolência excessiva. 5. Desânimo. 6.
Falta de energia. 7. Pensamentos de morte. 8. Mudanças de comportamento e/ou
rendimento escolar. 9. Oscilação de humor frequente. 10. Isolamento. 11.
Dependência de videogame ou internet. 12. Episódio de ira. 13. Sinais de
mutilação ou queimaduras. 14. frases suicidas nas redes sociais.
Como os pais devem agir: 1.
Estabelecer um diálogo franco e sincero. 2. Demonstrar carinho e afeto. 3.
Fazer com que os filhos sintam-se acolhidos através do interesse pela sua
rotina. 4. Entender que os adolescentes ainda precisam receber proteção contra
os riscos da internet. 5. Fazer redes sociais para acompanhar os filhos. 6. Dar
abertura para o diálogo de todos os temas.
Com PB Agora
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