Janot recorre ao plenário do STF e pede prisão de Aécio e Rocha Loures.
O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pediu novamente nesta segunda-feira (22) ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do
deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
A PGR recorreu da decisão do
ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, que negou na semana
passada, em decisão monocrática, a prisão preventiva (antes da condenação) dos
parlamentares.
Com o recurso, o pedido
deverá agora ser analisado pelo plenário do STF, formado pelos 11 ministros da
Corte.
A assessoria de imprensa de
Rodrigo Rocha Loures afirmou que não irá se manifestar sobre o pedido. O G1
busca contato com a assessoria de Aécio Neves.
O órgão entende que Aécio e
Loures foram pegos em “flagrante por crime inafiançável” na tentativa de
obstruir as investigações da Operação Lava Jato, com base nas gravações
realizadas pelos donos da JBS, entregues na delação premiada da empresa.
Ao analisar o pedido, Fachin
considerou que não havia necessidade da prisão preventiva e que o afastamento
do exercício das funções parlamentares já era medida suficiente para evitar
eventuais prejuízos à investigação.
Janot, no entanto,
argumentou que as gravações e interceptações telefônicas demonstrariam que
Aécio e Loures “vem adotando, constante e reiteradamente, estratégias de
obstrução de investigações da Operação Lava Jato”.
O procurador-geral
acrescentou que só não pediu a prisão de ambos antes, quando recebiam dinheiro
da JBS, para poderem coletar mais provas. Janot também mencionou “uso espúrio
doo poder político” e “encontros indevidos em lugares inadequados” para
justificar o pedido de prisão.
“No tocante às situações
expostas neste recurso, a solução não há de ser diversa: a excepcionalidade dos
fatos impõe medidas também excepcionais”, diz Janot.
O julgamento em plenário
ainda não tem data para ocorrer. Caberá agora ao ministro Edson Fachin pedir a
presidente do STF, Cármen Lúcia, para marcar uma data de julgamento. Antes,
poderá ouvir as defesas de Aécio e Rocha Loures.
G1
Nenhum comentário