99% dos professores brasileiros ganham menos de R$ 3,5 mil, diz estudo.
Praticamente todos os
professores que atuavam na educação básica (incluindo os ensinos infantil,
fundamental e médio) no Brasil em 2014 ganhavam, em média, menos de R$ 3.500,
segundo dados inéditos divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A média de
remuneração mais baixa é a de docentes que trabalham em escolas particulares:
eles recebem R$ 64,98 por hora, ou R$ 2.599,33 por mês, considerando a
remuneração total para 40 horas semanais, o que equivale a 3,6 salários
mínimos.
Na rede municipal, onde atua
metade dos professores, a média de remuneração é de 4,3 salários mínimos. Na
estadual, os professores recebem em média o equivalente a 4,8 salários. Já os
professores da rede federal são os mais bem pagos do país: eles recebem em
média R$ 194,20 por hora de trabalho, ou R$ 7.767,94 por mês. Neste caso, a
remuneração sobe para 10,7 salários mínimos, o triplo dos . As vagas de
docentes na rede federal, porém, representam apenas 1% dos professores do país.
Atualmente, o salário mínimo equivale a R$ 937, mas, em 2014, ele valia R$ 724.
O levantamento foi feito
pelo Inep com o cruzamento do CPF de mais de 2 milhões de professores em duas
bases de dados: o Censo Escolar, realizado todos anos pelo próprio Inep, e os
valores da remuneração mensal informados pelos empregadores na Relação Anual de
Informações Sociais (Rais), feita pelo Ministério do Trabalho. Os dados são
relativos ao ano de 2014 e, segundo o Inep, representam informações sobre o
pagamento feito a 87,4% dos professores do país.
Considerando os 2.184.395
vínculos empregatícios encontrados no estudo (há professores com mais de um
vínculo), apenas um quarto deles está na rede privada de ensino, e só 1,1% dos
docentes atuam na rede federal de educação básica. Os dados sobre as redes
estaduais incluem 25 estados e o Distrito Federal: de acordo com o Inep, o
governo estadual do Rio de Janeiro pediu que os dados sobre a rede pública do
estado não fossem divulgados por causa de um "equívoco" na carga
horária média informada ao Ministério do Trabalho. Em 2015, a rede informou ao
G1 que seus professores estaduais são contratados para cumprir uma carga
horária de 16 horas por semana.
Clique aqui e confira todos do
estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
Com G1
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