Canonização dos Protomártires de Cunhaú e Uruaçu, os primeiros mártires do Brasil.
O Papa Francisco presidiu
neste domingo, 15 de outubro de 2017, na Praça São Pedro, à Canonização dos
Mártires brasileiros de Cunhaú e Uruaçu: André de Soveral, Ambrósio Francisco
Ferro, Mateus Moreira e 27 Companheiros. Além dos mártires do Brasil, foram
canonizados três jovens mexicanos (Cristóforo, António e João), mortos entre
1527 e 1529, considerados os "protomártires do México"; o padre
espanhol Faustino Míguez (1831-1925), que se destacou na educação dos mais
desfavorecidos e das mulheres; e o religioso capuchinho Angelo de Acri
(1669-1739), italiano, um confessor conhecido pelo seu apostolado itinerante.
Os Beatos Mártires
brasileiros André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e 27
leigos foram assassinados, em 1645, em defesa da fé católica, em Cunhaú e
Uruaçu (RN). Segundo registros históricos, em 1645 os soldados holandeses, de
religião calvinista, ocuparam o nordeste brasileiro, levando consigo um pastor
protestante para convencer os residentes a renunciarem à sua fé católica. Ao
chegarem a Cunhaú (RN), onde residiam vários colonos que trabalhavam nos
canaviais, soldados e índios tapuias invadiram a Capela do Engenho de Cunhaú,
durante a missa dominical, celebrada pelo Padre André de Soveral, e os
assassinaram em 16 de julho.
Aterrorizados com o episódio de Cunhaú, muitos
moradores de Natal pediram asilo no Forte dos Reis Magos; outros se refugiaram
em lugares improvisados. Mas, no dia 3 de outubro, foram levados para as
margens do Rio Uruaçu, onde foram massacrados por cerca de 80 índios e soldados
holandeses armados. Segundo cronistas da época, o leigo Mateus Moreira teve o
coração arrancado pelas costas. Agonizante, Mateus repetia a frase “louvado
seja o Santíssimo Sacramento”.
Durante a celebração, Papa
Francisco apresentou o Cristianismo como uma “história de amor com Deus”,
alertando para os riscos de uma “rotina” espiritual que fecha o coração e
maltrata os outros. Perante milhares de pessoas reunidas no Vaticano, o Papa
convidou todos a questionar-se se, “pelo menos uma vez por dia” se lembram de
rezar a Deus para dizer: “Amo-Vos, Senhor. Vós sois a minha vida”. Francisco
falou do “perigo” de uma vida cristã rotineira, onde as pessoas se contentam
com “a ‘normalidade’, sem zelo nem entusiasmo e com a memória curta”. “Em vez
disso, reavivemos a memória do primitivo amor: somos os amados, os convidados
para as núpcias, e a nossa vida é um dom, sendo-nos dada em cada dia a
magnífica oportunidade de responder ao convite”, acrescentou. O Papa sustentou
que é preciso abrir o coração para que este não se “feche, envelheça”, tornando
as pessoas “rígidas e más”.
No final da celebração, o
Papa referiu-se à Jornada Mundial pela Erradicação da Pobreza, que se assinala
esta terça-feira. “A miséria não é uma fatalidade, tem causas que devem ser
reconhecidos e eliminadas para honrar a dignidade de tantos irmãos e irmãs”,
disse, antes da recitação do ângelus.
A convite da Arquidiocese de
Natal, e na condição de representante do Senado Federal, a Senadora Fátima
Bezerra participou da cerimônia de canonização dos mártires de Cunhaú e Uruaçu.
De acordo com Memorando 134/2017, do Senado Federal, a parlamentar arcou os
custos da viagem, sem qualquer ônus para a instituição legislativa.
Por Fabiana Agra*
*Compilação de textos
publicados nos sites Radio Vaticana e Agência Ecclesia e informações de Fátima
Bezerra, senadora potiguar.
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