Luiz Couto vota a favor de prosseguimento de denúncia contra Temer: 'provas robustas'.
Luiz Couto - PT/PB |
Com assento titular na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, o deputado federal
Luiz Couto (PT-PB) nesta quarta-feira, 18 de outubro, votou contra o relatório
de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), um dos principais aliados do presidente
Michel Temer (PMDB) no PSDB da Câmara. O entendimento do parlamentar paraibano
é de que a denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça
apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da
República deveria ter prosseguimento. Mas, ao contrário do que defendeu Couto e
outros 25 deputados, a maioria, 39 votantes, preferiu barrar a denúncia. Houve
ainda a abstenção do presidente da comissão, Rodrigo Pacheco.
"A denúncia é
consistente, tem provas robustas e foi feita em cima de inquéritos e não
baseadas em delações. O ministro Edson Fachin não encaminharia para esta Casa
uma denúncia se achasse que ela não tinha fundamento. Muitos, agora, tentam
fazer a defesa do indefensável", disse Couto na CCJ ao orientar o voto da
bancada petista contra o relatório de Andrada e, portanto, pelo prosseguimento
da denúncia contra Temer. Em sua fala, o deputado paraibano citou uma frase
célebre de Bertold Brecht: "Não aceites o habitual como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade
consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve
parecer impossível de mudar."
O deputado explicou que há
três inquéritos contra o presidente da República e afirmou que 42 depoentes
citaram irregularidades atribuídas a Michel Temer: "As denúncias foram
feitas tendo como base fatos apurados nos inquéritos.
Além disso, não foram
apenas Funaro e nem os irmãos Batista a falarem sobre o presidente. A denúncia
diz que o comando dessa organização cabia a Temer. A ação era com vontade livre
e consciente, profissionalizada e com estrutura definida e repartição de
tarefas. Por isso, havia divergências e uns queriam mais dinheiro do que os
outros. Quem outrora era chamado de amigo e colaborador, agora é classificado como
bandido por quem se beneficou da atuação dessas pessoas", disse Couto.
Agora, a CCJ deve encaminhar
o relatório aprovado na CCJ para o plenário da Câmara, onde deve ser levado a
nova deliberação. Para que a denúncia seja arquivada até o fim do mandato de
Temer, o governo precisa de ao menos 172 votos. A previsão é que a votação
aconteça na próxima terça-feira (24).
Assessoria
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