Especialista em climatologia prevê que chuvas em 2018 na Paraíba ficarão acima da média e em 2019 abaixo dela.
“As previsões climáticas
para 2018 apontam que este será um ano de chuvas acima da média para a Paraíba
e que 2019 deve ficar uns 20% abaixo da média”. Essa afirmação foi feita hoje
(07), pelo professor e doutor em Climatolopgia e Meteorologia, Luiz Carlos
Baldicero Molion, durante uma palestra realizada na sede da Associação dos
Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan). O especialista veio a convite do
Departamento Técnico da Associação canavieira fazer um diagnóstico e falar
sobre tendências do clima mundial.
De acordo com a previsões do
professor Molion, que segundo ele são baseadas em similaridades de fenômenos
climáticos, a Paraíba deverá ter um acumulado de chuvas entre os meses de
abril, maio e junho deste ano em torno de 900 milimetros. Entre julho e setembro
esse acumulado deve atingir cerca de 700 milimetros e de outubro a dezembro
volta a normalidade registrando algo em torno de 120 milimetros. “Este ano
teremos chuvas acima da média na Paraíba até o final do ano, mas 2019 vai ser
mais seco, algo em torno de 20% abaixo desta média”, disse Molion.
Outra previsão do professor
indica que se ocorrer o fenômeno El Niño, ele não se repetirá com a intensidade
dos anos de 2014/2015. “O que aconteceu em 2014 foi que o El Niño chegou forte
e perdurou em 2015 e 2016, mas, de acordo com minhas projeções se ele se formar agora será mais fraco e não
vai provocar a intensidade de seca como em 2014/2015”, afirmou Molion,
ressaltando que quando se trata de clima ‘não existe nada sacramentado’. “Há
que se considerar que trabalhamos com hipótese físicas e que a natureza não se
comporta de maneira linear, estando sujeita a vulnerabilidades”. disse ele,
explicando que, por exemplo, se houver uma erupção vulcânica isso afeta
diretamente e rapidamente no clima.
O modelo de estudo climático
utilizado pelo professor parte de um método comparativo de similaridade que
cruza dados anteriores com os da atualidade e também leva em consideração a
temperatura da superfície do mar, além da influência do sol e da lua. “Como a
superfície do planeta, em sua maior parte, é coberta por oceanos, suas
oscilações de temperatura tornam-se determinantes para as variações do clima,
lembrando que o Pacífico é o grande comandante do clima global”, explicou
Molion.
Em relação a influência da
Lua no clima, o professor explicou que a força gravitacional da lua acelera as
correntes marinhas e estas, por sua vez, transportam mais calor da região
tropical e toda vez que a lua esteve dentro da região tropical, ocorreu um El
Niño forte. “Eu proponho que a lua seja a responsável por esses El Niños fortes
que causam quatro a cinco anos de seca forte e baseado nisso eu publiquei um
artigo defendendo essa minha tese”, afirmou o especialista, fazendo um alerta
aos produtores: “Preparem-se que o próximo período semelhante a esse de
2012/2016 deve ocorrer por volta de 2033/2034 se essa minha teoria da lua
controlando as conrrentes marinhas tiver sentido”, atestou Molion.
Para ele, não é coincidência
esse fenômeno de influência da lua. “O fato de você ter uma força física
chamada força gravitacional da lua que nós sabemos que mexe com as marés e com
as correntes marinhas, me levou a concluir que enquanto a lua está no máximo,
ela acelera as correntes marinhas e exportam mais calor para fora das regiões
tropicais que ficam mais frias e secas e
a gente passa por um período de chuvas abaixo do normal e por isso eu digo que
vocês não terão grandes problemas no
próximo ano e de 2020 ate 2032 eu não vejo grandes problemas neste horizonte
climatológico”, afirmou o especialista.
Para os próximos dez anos,
Molion disse que os totais anuais de chuvas na Paraíba devem ficar um pouco
acima da média. Molion também abordou em sua palestra a questão do aquecimento
global, mas, para o especialista isso é mito e a ideia do efeito estufa que se
tem hoje precisa mudar. “O Dióxído de Carbono (CO2) não controla o clima, não é
vilão, mas sim o gás da vida, responsável pela fertilização das plantas, é o
CO2 que dá maior produtividade, portanto, precisamos mudar esse discurso
inútil. Eu afirmo que o clima varia por causas naturais e que eventos extremos
sempre ocorrerão, com clima frio ou quente e cabe a nós nos adaptarmos a eles”,
disse Molion criticando os modelos tradicionais de previsão climática.
Para Molion, o Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e o Painel Brasileiro de
Mudanças Climáticas (PBMC) não fazem previsões e sim projeções climáticas
utilizando modelos de clima global que não representam, na opinião do
especialista, adequadamente os processos
físicos que controlam o clima e, portanto, não reproduzem o clima atual. “Eles
utilizam cenários de concentração de CO2
ficticios, gerados pela mente humana, por isso, as projeções dos Modelos de
Clima Global são fictícios, meros exercícios acadêmicos que não se prestam para
planejamento das ações humanas”, disse o especialista.
Para o presidente da Asplan,
José Inácio de Morais, a palestra de Molion foi uma verdadeira aula de
climatologia e, especialmente, uma palestra de altissímo nível. “O professor
Molion é um especialista, fala com propriedade sobre essa temática e nos
brindou com informações interessantes, de forma que só temos a agradecer pelos
novos conhecimentos e torcer para que todas as projeções se tornem realidade já
que elas nos deixaram aliviados com a perspectiva de chuvas acima da média este
ano”, afirmou José Inácio, agradecendo a parceria da Yara e da Crop Agrícola no
evento desta quarta-feira (07), que foi encerrado com um almoço. O diretor do
Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira reforçou os agradecimentos e
reiterou o compromisso da Asplan em, mensalmente, promover eventos para melhor
orientar os produtores associados.
Assessoria
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