Escassez de chuvas leva governo a acionar termelétricas mais caras.
O Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE) decidiu nesta sexta-feira (8), em reunião extraordinária,
liberar o funcionamento de usinas termelétricas mais caras, a chamada fora da
ordem de mérito. De acordo com o comitê, a medida foi tomada por causa da
escassez de chuvas, dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas que se
encontram abaixo da média histórica para o período e levando em consideração
"as previsões meteorológicas para os próximos dias".
A ordem de despacho das
usinas, feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), é definida pela energia
de menor custo, em geral, as hidrelétricas, até as térmicas de maior custo,
fora da ordem de mérito de custo econômico. Com a decisão desta sexta-feira, serão
despachadas as usinas cujo custo para a geração de energia apresenta valores
superiores aos indicados pelos modelos computacionais do setor.
"Assim, serão
despachadas as usinas termelétricas até o limite de Custo Variável Unitário –
CVU de R$ 588,75/MWh nos subsistemas Sudeste-Centro-Oeste e Sul, a partir de 9
de fevereiro de 2019", disse o CMSE em nota.
O comitê, responsável pelo
monitoramento das condições de abastecimento e pelo atendimento ao mercado de
energia elétrica do país, decidiu ainda que o ONS deve considerar a liberação
da importação de energia do Uruguai e da Argentina, também a partir de amanhã,
como recurso adicional, mas mantendo a geração de usinas termelétricas.
Dados meteorológicos mostram
que, em janeiro, predominou no país cenário de pouca chuva, especialmente nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, a quantidade de água que chegou aos
reservatórios das hidrelétricas, responsáveis por 64% do parque gerador
nacional, ficou abaixo da média histórica em todos os subsistemas.
As informações, apresentadas
na reunião do comitê, na quarta-feira (6), mostram que o armazenamento nos
reservatórios do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste ficou em 26,5%; no Sul, em
44,5%; no Nordeste, em 42,1% e no Norte, em 30,6%.
De acordo com o comitê, para
este mês, há possibilidade de melhoria dessas condições no Sudeste/Centro-Oeste
e no Norte, com a possibilidade de os armazenamentos fecharem o mês em 27,9% e
45,8%, respectivamente. As previsões indicam piora com os reservatórios no
término do mês em 41,4%, no Sul e em 40,9%, no Nordeste.
De acordo com o CMSE, mesmo
com o cenário de baixa nos reservatórios das usinas hidrelétricas, responsáveis
por dois terços da geração de energia do país, está garantido o suprimento
neste ano. O comitê ressalta, porém, que permanecerá acompanhando
permanentemente as condições de suprimento do Sistema Elétrico Brasileiro,
principalmente no que se refere ao nível dos reservatórios, e as condições de
atendimento serão reavaliadas semanalmente.
Agência Brasil
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