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Homenagem do poeta Picuiense Antonio Henriques Neto a nossa querida PICUÍ



O berço que deus mim deu
 I
Cada criatura humana
Enobrece o que é seu,
E vaidosa se ufana
Do lugar onde nasceu.
Fiel a este principio
Com orgulho soberano
Perdoando coisas rudes,
Agradecendo virtudes
Deste chão paraibano.

   II
Portanto és tu Picuí,
O berço que deus mim deu,
Primeira luz que recebi
Quando o mundo mim acolheu.
Aonde for te levarei
E jamais mim negarei
Enaltecer teu sertão,
E que deus não mim proíba
De morrer na Paraíba
E sepultar-me no teu chão.

  III
Sou produto do teu meio
Afeito a teu ambiente,
Criado dentro do seio
Da natureza inclemente.
Que fez de tuas paragens
O palco das estiagens
Cremando teus vegetais.
Carbonizando os baixios
Secando as águas dos rios
Com ausências pluviais.

   IV
Desacertos ecológicos
Entravam tua beleza,
São sufocos ilógicos
Da parcial natureza,
Que implantou a aridez
Com toda sua rigidez
Na região do nordeste.
Se nela és encravado
És também sentenciado
A aridez do inconteste.

  V 
Mas quando uma frente fria
Atinge tua região,
A invernada alivia
As crises do teu sertão.
Novos ares aparecem,
Teus morros reverdecem
Voltando a tua beleza,
O teu prado se renova
Parecendo roupa nova
Revestindo a natureza.

  VI
Tuas tardes causticantes
Aparecem transformadas,
Em lindas nuvens gigantes
Ao leste aglomeradas.
Suspensas na imensidão
Nos dando a impressão
Que vão chorar-se na serra;
Um vento leve soprando,
Lentamente as carregando
Morosas regando a terra.

VII
Relâmpagos intermitentes
Clareiam as nuvens turvas,
Soltando chispas luzentes
Pelo ar fazendo curvas.
O ribombar do trovão
Reboando na amplidão
Com estrépitos bravios,
A chuva forte caindo,
As águas se reunindo
Descendo em busca dos rios.

 VIII
Perante a felicidade
Desse divino presente,
Vai toda comunidade
Esperar a nova enchente.
É lindo vê-la chegando
Em remansos deslizando
Marulhando nas areis.
Águas sujas de montão
Crescendo em proporção
Ultrapassando outras cheias.

  IX
Teus filhos radiantes,
Esquecem seus dissabores,
Vão trabalhar confiantes
Nas rendas posteriores.
Elastecem a agricultura
E mesmo sem cobertura
Não perdem essa firmeza:
Dos sertanejos briosos
Que persistem corajosos
Contra a própria natureza.

 X
Esta mesma natureza
Que carboniza o teu solo,
Conserva grande riqueza
Imersa em teu subsolo.
Onde bravos garimpeiros,
Heróicos aventureiros,
Cavam tuneis colossais
Dessas profundas jazidas
É de onde são extraídas
As reservas minerais.

 XI
Como poeta popular
Paupérrimo de instrução,
Me é difícil dissertar
Os detalhes do meu torrão
Que uma nova atitude,
Floresça na juventude,
Gloria futura daqui;
E diga com mais saber
O que não consegui dizer
Sobre o querido PICUÍ!

XII
PICUÍ que quero tanto
Quanto quero a minha vida!
A cada hora um encanto,
Ou uma magoa esquecida,
Cada dia uma esperança,
Cada mês uma confiança
De vir um ano de glória!
Cada Picuiense um irmão,
Cada inverno uma solução
E cada seca uma historia.


 Transcrita do livro: Poesia, Folclore e Nordeste – Ano 1985 – de autoria do poeta Picuiense Antonio Henriques Neto.


Neste Picuí Sertanejo Celeiro dos Minerais.

     I

Picuí terra querida
Doce berço dos meus sonhos
Que nos momentos tristonhos
Sempre alegrou minha vida,
Me dando em contra-partida
Sentimentos fraternais,
Para amar e querer mais
Este solo benfazejo
Deste Picuí sertanejo
Celeiro dos minerais.

   II

Terra de São Sebastião
Nosso santo padroeiro,
Sua festa em Janeiro
É de grande repercussão
Finda com a procissão
Pelas ruas principais,
Com acordes musicais
Muitos hinos e festejos.
Neste Picuí sertanejo
Celeiro dos minerais.

    III

Berço do comendador
Felipe Tiago Gomes,
Um dos consagrados nomes
Em termos de educador,
Reconhecido benfeitor
Dos setores culturais
Que ao vencer seus ideais
Satisfazia o seu desejo.
Neste Picuí sertanejo
Celeiro dos minerais.

     IV

Picuí do reminiscente
Abílio Cesar de Oliveira
Que escreveu a verdadeira
Historia de nossa gente.
Os heróis de antigamente
De fecundos ideais,
Pioneiros principais
Do progresso que hoje vejo
Neste Picui sertanejo
Celeiro dos minerais.
          
   V

Picuí de juventude
Inteligente, bela e forte,
Que estuda, pratica esporte,
É feliz, goza saúde,
E tem ampla plenitude
Em ambientes sociais,
Animando festivais
Em qualquer um lugarejo
Deste Picuí sertanejo
Celeiro de minerais.

  VI

Picuí da CENECISTA
Mensageira da região,
A seresteira do sertão,
Pontual e realista,
Transmissora diarista
De vários comerciais,
E querida por demais
Da cidade ao vilarejo,
Deste Picuí sertanejo
Celeiro dos minerais.

 VII

Picuí do garimpeiro
Conhecedor do subsolo
De bateia a tiracolo
Se infiltra no tabuleiro
A procura do veeiro
Cava tuneis colossais
Dinamitando cristais
Sem de luz ter um lampejo.
Neste Picuí sertanejo
Celeiro dos minerais.

 VIII

Eu sou Picuiense nato
No seu chão sou radicado,
Vivendo gratificado
Pelo carinhoso trato
Que recebo muito grato
Das camadas sociais,
Por isto, endeuso demais
O chão do primeiro beijo
Neste Picuí sertanejo
Celeiro dos minerais!


Transcrita do livro de poesias Voz de Um Homem Rude – Ano 2001 – de autoria do poeta Picuiense Antonio Henrique Neto. 

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