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Turmas multisseriadas são problema frequente nas escolas de Cuité e Nova Floresta.


Durante a fiscalização realizada pelo projeto “MP pela Educação” na semana passada, em Cuité e Nova Floresta, quando sete escolas foram visitadas, foi contatada a repetição de outro problema que gera prejuízo acadêmico para os alunos: as turmas multisseriadas. A ação foi dirigida pelo promotor Eduardo de Freitas Torres, em parceria com a equipe do Centro Operacional de Apoio às Promotorias da Educação (Caop da Educação).


Na Escola Municipal Luiz Alves Duarte, na zonal rural de Nova Floresta, onde estudam 30 alunos, há turmas multisseriadas, além dos seguintes problemas: prédio em péssimo estado de conservação; entrada da escola feita pela cozinha; as cadeiras e a geladeira são velhas; o fogão fica num corredor que dá acesso às salas de aula; há poucos gêneros alimentícios (no momento da inspeção, havia apenas sal, trigo, arroz e um pacote de bolacha em um depósito de plástico); o laboratório de informática tem cinco computadores sob carteiras velhas.

Há turmas multisseriadas também na Escola Municipal Sebastião Ernesto dos Santos, localizada em Cuité. A unidade escolar está com janelas quebradas, banheiros entupidos; o lanche servido para os alunos é apenas café com leite e bolachas; o laboratório de informática não tem computadores instalados (apesar deles terem sido enviados pelo Ministério da Educação há dois anos); os livros chegaram em quantidade insuficiente (a professora só utiliza o de matemática, pois de Português só chegaram dois livros para uma turma de 11 alunos); e a tampa da fossa de cimento está quebrada.

Na Escola Municipal Pedro Ferreira de Medeiros, na zona rural de Cuité, uma mesma professora toma conta de uma turma com alunos que vão de cinco a 13 anos de idade, o que corresponde do pré-escolar ao 5º ano. A merenda é guardada na casa da vizinha porque roubaram por duas vezes a geladeira, o fogão e o bujão da escola.

No Sítio Bujari, em Cuité, a Escola Municipal Nailde Medeiros a aula foi finalizada às 10h45, quando o Caop estava no local. Há o problema da turma multisseriada: 14 alunos do pré-escolar ao 3º ano e em outra turma, 16 alunos do 4º ao 5º ano.

A Escola Estadual Rolderick (com 1.143 alunos matriculados), situada em Nova Floresta, não possui identificação externa, a quadra está sem cobertura e o piso está repleto de buracos. Falta água e as portas e descargas do banheiro estão quebradas. Não há birô para uso dos professores na sala de aula. O promotor Eduardo de Freitas Torres vai abrir uma ação para verificar o uso irregular de uma verba de R$ 180 mil (do Programa Dinheiro Direto na Escola) para reforma.

Os livros do ano letivo como de Física e do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), não foram foram distribuídos – o estoque é muito grande, apesar de a direção informar que são uma sobra. Houve distribuição de livros de Espanhol, mas não há professor para a disciplina.

Os alunos reclamaram da falta de higiene na merenda e do não recebimento do fardamento. Também contaram que o professor de Educação Física não possui graduação e ensina História e que, quando falta, envia a própria esposa para ministrara a aula.

O promotor e a equipe do Caop receberam a denúncia de que muitos professores e inspetores estariam na escola por política e que não estariam trabalhando, permitindo que os alunos conversem nos corredores, segundo o testemunho de uma professora. Inclusive, a relação entre alunos e direção seria bastante problemática. Nas turmas do EJA, o professor de Português ensina História.

Sem refeitório
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Vidal Negreiros, em Cuité, o ginásio está inacabado e não há refeitório para os 983 alunos lancharem – eles ficam sob sol ou chuva, e próximo a um amontoado de lixo.

A equipe do Caop e o promotor constataram que a Escola Municipal Senador Ruy Carneiro, em Nova Floresta, é bem organizada. O único problema verificado foi a ausência de piso na quadra, que é coberta e transforma o local em um grande 'poeirão'.

Por fim, no Centro Municipal de Alimentação, em Cuité, observou-se que está acontecendo algum tipo de problema com a merenda nas escolas rurais. É que o centro envia o cardápio elaborado por uma nutricionista para as unidades, juntamente com os gêneros alimentícios. Já as merendas das escolas da cidade são preparadas no próprio centro e distribuídas prontas.

Ascom/MPPB

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