BARRAGENS SUBMERSAS: Uma proposta para os próximos administradores.

Hoje, um dos grandes problemas enfrentados no mundo refere-se à falta de água em muitas regiões do globo. Isso tem levado a conflitos pela disputa por água. Um desses conflitos refere-se à disputa entre judeus e palestinos, cujo um dos empecilhos para a paz é a questão da água do rio Jordão.

O Nordeste brasileiro, especialmente na sub-região do Sertão, sofre com a escassez de água, pois se encontra numa área dominada pelo clima semiárido, com índices de chuvas bastante irregulares e mal distribuídas. Esse ano, a região foi castigada com a seca, deixando muitos municípios em estado de calamidade.

Porém, esse fenômeno é comum na região desde a chegada dos portugueses ao Nordeste e, nesses mais de 400 anos de povoamento, muito se tem feito para combater os efeitos da seca. Uma dessas alternativas é a construção de barragens e açudes no leito dos rios e riachos. Apesar de ser uma alternativa boa, a construção desses reservatórios não é a solução ideal, visto que, enquanto a média de chuvas no Nordeste é de 500 milímetros, a evaporação, decorrente das elevadas temperaturas, é em torno de 1.500 milímetros. Isso faz com que a maior parte da água armazenada nos reservatórios seja perdida para o meio ambiente. Outro ponto negativo da construção desses reservatórios é o elevado preço da sua construção.

Outra solução para o combate da seca e que tem demonstrado uma grande eficiência, é a construção de barragens submersas. Muitos municípios, em parceria com o INSA (Instituto Nacional do Semiárido), têm resolvido os problemas da seca com a construção dessas barragens. Um desses municípios é Carnaúba dos Dantas – RN, que desde a década de 1990 vem investindo nessas barragens. A parceria da Prefeitura Municipal com os proprietários de terra, os empresários e a Diocese de Caicó, proporcionou a construção de muitas barragens no leito do rio Carnaúba, que corta o município. Hoje, graças a essas barragens, o problema de falta d’água no município não é tão grave como em muitos municípios.

A vantagem da construção dessas barragens é o baixo custo para a sua construção e, como a armazenagem da água é no subsolo, não há uma grande evaporação da água. Sem contar que as barragens emersas estão sujeitas a provocarem alagamentos e destruição em caso de chuvas fortes, quando as mesmas não suportam a pressão da água e estouram, o que não acontece com as barragens submersas.

Então, os futuros administradores, tratem de começar a planejar como serão os próximos anos à frente do poder público e busquem formas de combate eficaz para evitar problemas com a falta de água, que é o nosso bem mais precioso que existe, principalmente investindo na construção de barragens submersas.

Professor Marciano Dantas – Natal/RN.