Luiz Couto defende mudança no Código Penal para reprimir traficantes de pessoas.
O deputado Luiz Couto (PT-PB)
voltou a ocupar a tribuna da Câmara Federal para tratar do tráfico de pessoas
no Brasil. Desta vez ele comentou os dados do Ministério Público e da Polícia
Federal, mostrados através de matéria publicada na revista Isto É – INDEPENDENTE.
“São brasileiras e brasileiros
aliciados e recrutados por bandos que comandam o tráfico de pessoas e que só
perdem em lucratividade para as quadrilhas de tráfico de drogas e de armas. É
um esquema que, segundo a ONU, movimenta anualmente, em todo o mundo, de 30
bilhões de dólares. De acordo com os dados da ONU, 10% desse dinheiro passa
pelo Brasil”.
Luiz Couto relatou que são
diversas quadrilhas de tráfico de pessoas com ações concentradas em pelo menos
520 municípios. Ali, prosseguiu, as pessoas são aliciadas e colocadas em
hotéis, pequenos abrigos ou pontos de prostituição. Um exemplo, continuou o
parlamentar, é um bar em Brasília, ponto de prostituição que serve de hotel
para meninas à espera de passaportes e documentos para embarcar rumo ao
exterior. “Esse local é conhecido como toca das gatas. As viaturas da polícia
circulam pelo local e nada é feito para impedir que este crime permaneça na
impunidade”.
O deputado destacou que os
estados que servem como escala para a ida dessas pessoas para o exterior são
Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo.
“Elas são traficadas principalmente para Portugal, Espanha, Itália, França, Venezuela,
além dos Estados Unidos e de outros países da América Central e Europa”.
Luiz Couto lembrou que, em
recente entrevista à imprensa, o promotor de justiça Marinho Mendes Machado
salientou que no que se refere à Paraíba essa prática criminosa encontrou um
novo caminho.
“A partir da crise econômica na
Europa e do trabalho da Justiça, os aliciadores mudaram a rota para o Sul do
país, ou seja, os jovens continuam sendo enganados pelos aliciadores, que agora
escolheram o Paraná como principal destino para ganhar dinheiro com a
exploração de pessoas através da prostituição”, disse Couto, parafraseando o
promotor.
Couto, que é vice-presidente da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tráfico de pessoas,
esclareceu que as vitimas dessa atividade são oriundas de classes populares,
integrantes de famílias numerosas, jovens entre 16 a 25 anos e que geralmente
têm baixa escolaridade. “Muitas dessas pessoas viajam por vontade própria,
atraídas pela promessa de trabalho, receber em Euro e regressar ao Brasil
quando quiserem”, acrescentou.
O parlamentar defendeu
modificação no Código Penal como forma de punir os aliciadores, os
intermediários, os traficantes, os protetores, os mandantes e os que se omitem
diante desta triste realidade. “É preciso também ter um cadastro de todas as
organizações que enviam pessoas para trabalharem em outros países, bem como dos
organismos que as recebem”.
“É necessário, ainda, que a
Polícia Federal possa utilizar os mecanismos de inteligência para investigar e
prender as quadrilhas que estão ganhando dinheiro à custa do sofrimento e da
dor de muita gente”, complementou.
Ascom Dep. Luiz Couto
Nenhum comentário