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Vereadora que forjou sequestro para não participar de eleição da mesa será alvo de CPI.



A conduta da vereadora acusada de forjar o próprio sequestro em Ponta Grossa, no Paraná, vai ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. Ana Maria Holleben (Foto/PT) está presa desde 2 de janeiro, quando a polícia divulgou que seu sumiço no dia anterior, inicialmente investigado como sequestro, não passava de uma farsa montada para que ela não participasse da eleição da mesa diretora da Câmara.

Segundo o novo presidente da Casa, Aliel Machado (PC do B), até agora o pedido de CPI conta com 17 assinaturas. A Casa tem 24 vereadores e apenas oito assinaturas são necessárias para a abertura da comissão. Apesar do número já ultrapassar o necessário, a CPI só deve começar os trabalhos em fevereiro, após o fim do recesso parlamentar, quando os funcionários da Casa voltam ao trabalho.

Cassação – A comissão terá 90 dias para realizar os trabalhos e, dependendo do resultado, pode até concluir que houve quebra de decoro por parte da parlamentar, o que pode levar à abertura de um processo de cassação do mandato de Ana Maria.

“O que sabemos até o momento é que a motivação de tudo foi política. A vereadora poderia não ter ido à votação, mas, segundo o inquérito, simplesmente forjou um falso sequestro", disse o presidente da Câmara. "Mas pode ter havido alguma ameaça para que ela tomasse esse caminho. Uma CPI pode ajudar a entender melhor o caso.”

Ainda segundo Machado, assessores da vereadora de 60 anos, que cumpre seu terceiro mandato, informaram que ela deve protocolar um pedido de afastamento da Câmara ainda nesta terça-feira. O prazo da licença não foi divulgado. Até o início da tarde desta terça, no entanto, nenhum documento havia sido protocolado junto à presidência da Casa.

Expulsão - Devido ao falso sequestro, a vereadora corre ainda o risco de ser expulsa do PT pelo diretório municipal do partido. O mesmo pode ocorrer como o motorista Idalécio Valverde da Silva, também filiado ao partido, e que foi preso por suspeita de participação no episódio.

Em nota distribuída para a imprensa, o diretório afirmou que está “perplexo” com o episódio, e que a vereadora e o motorista devem ser ouvidos pela Comissão de Ética e Disciplina do partido, que pode aplicar sanções. A nota afirma que o caso deve ser tratado com “rigor” e que o partido “não vai se furtar às suas responsabilidades”. Ana Maria é prima do deputado estadual Péricles de Holleben Mello, presidente do diretório do PT em Ponta Grossa. Nas últimas eleições, ele foi o segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Ponta Grossa.

Na segunda-feira, a polícia soltou três suspeitos de participação no caso, entre eles o motorista da vereadora, a mulher dele e o irmão dele.

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