Seca e desertificação no Seridó Paraibano e Norte riograndense.
No ultimo domingo (24), por
necessidade familiar tive que ir a Carnaúba dos Dantas RN, aproveitei a viagem
para observar alguns pontos. O primeiro foi às péssimas condições de tráfico em
que se encontra o asfalto de Picuí com a divisa com o Rio Grande do Norte. Mas
esse será assunto para uma próxima oportunidade.
Outro ponto preocupante é a
desertificação que podemos constatar entre Picuí e Carnaúba dos Dantas. Muitas
casas existentes as margens da estrada estão sem moradores, os mesmos estão
abandonando suas residências no campo e fixando moradias na zona urbana,
contribuindo assim para o êxodo rural. Muitos deles passam a morar na periferia
das cidades e em muitos casos sem nenhuma infraestrutura.
Um dos fatores que
contribuem para essa “correria” para a zona urbana é a seca.
No referido trecho vi vários
animais mortos às margens do asfalto, fazendo “a festa” dos abutres, dá dó ver
tudo aquilo. Alguns metros após a barragem de Manoel Pequeno fiz as imagens
aqui mostradas. Os animais não encontram o que comer nem beber e morrem de fome
e sede.
A seca no Nordeste é uma realidade,
mas infelizmente não existe até agora uma politica pública desenvolvida pelo
Governo Federal de ajuda aos nossos agricultores para construção de pequenos e
médios reservatórios de água, facilitando assim a sobrevivência do homem no
campo. A politica atual como, por exemplo, a construção de cisternas, entre
outras ações desenvolvidas e colocadas em pratica evidentemente ajuda muito,
mas precisamos de ações mais enérgicas. É bolsa daqui, bolsa dali, são apenas
paliativos, não resolve o problema e vicia o cidadão.
A esperança dos Nordestinos é o
projeto de transposição das águas do rio São Francisco que foi iniciado, mas
atualmente encontrasse parado e já passando por fiscalização federal.
Em nossa região, grande parte dos
nossos agricultores está “tirando das goelas”, como diz aquele ditado popular,
para comprarem água e alimentação para seus animais. Alguns deles aposentados
rurais que recebem apenas um salário mínimo. Enquanto isso em Brasília a
maioria dos deputados federais, “vários deles de colarinho branco”, que tem
ajuda disso, ajuda daquilo, ainda luta para manter seus 13º, 14º e 15º salários
e poucos produzem para o país.
É claro que o problema da seca só
deus resolve, mas se faz necessário o desenvolvimento de um programa que ensine
e ajude os agricultores a conviverem com esse fenômeno da natureza, pois só as
bolsas não resolvem. Na nossa região, temos locais adequados para a construção
de pequenos, médios e grandes reservatórios para acúmulo de água facilitando
assim a permanência na zona rural. É preciso intensificar e incentivar
financeiramente a perfuração de poços amazonas e artesianos, que é uma
alternativa barata podendo fornecer água para várias famílias numa comunidade
rural.
Torcemos para que mais ações
anunciadas pelos órgãos governamentais se tornem realidade e contribuam para
uma melhor qualidade de vida dos nossos irmãos agricultores.
As imagens aqui expostas mostram
a realidade da situação.
Francisco Araújo
Nenhum comentário