PICUÍ: A mulher faz revolução silenciosa; agricultora e pedreira.
O Programa Um Milhão de Cisternas
(P1MC) tem, ao longo de sua historia, melhorado significativamente os recursos
hídricos no Semiárido Nordestino, mobilizado pessoas, contribuído com o
comércio local, e, sobretudo, dado visibilidade, valorizado e empoderado
algumas mulheres camponesas que estavam invisíveis no que diz respeito ao ser e
fazer na agricultura familiar.
O Centro de Educação e
Organização Popular (CEOP), com sede na Cidade de Picuí, região do Curimataú
Paraibano e Unidade Gestora do P1MC, assegura a participação das mulheres no
processo de descoberta da autoestima, resgate da cidadania, valorização e
visibilidade.
Esses aspectos as possibilitam
ser protagonista da sua história, uma vez que, as mesmas se sentem empoderadas
para se firmar em uma sociedade que milenarmente as tratou com ser inferior e
incapaz.
Constatamos que as oportunidades
para elas nessa sociedade que sempre as estigmatizou, foi incapaz de
envolvê-las no processo de participação mais ativa nas várias áreas do
conhecimento.
O CEOP também tem se preocupado e
contribuído na área do acesso ao conhecimento para as mulheres, por esse motivo
no curso de pedreiros/as realizado através do P1MC, a agricultura Verônica foi
capacitada e apreendeu a fazer cisterna, bem como outras tecnológicas que a
Articulação do Semiárido tem desenvolvido a saber: cisterna calçadão, barragem
subterrânea e confecção da bomba bola de gude.
Natural de Barra de Santa
Rosa/PB, Verônica tem percorrido a região da Paraíba fazendo cisternas como
também já monitorou curso de capacitação para construção de cisternas do P1MC e
do Programa Uma Terra e duas Águas (P1+2) . Atualmente, está construindo
cisternas no município de Picuí/PB.
"Já fui chamada de 'mulher –
homem', encontrei companheiros que no início não acreditavam na minha
capacidade, não aceitavam as minhas orientações, mas no dia a dia com paciência
e segurança no que faço, vou mostrando a minha capacidade", afirma Dona
Verônica.
Conforme percebemos na fala de
Verônica, as mulheres a cada dia precisam conseguir forças para continuar
provando que são capazes de fazer a diferença em uma sociedade pensada a partir
do masculino para o masculino, a superação é instrumento que possibilita as
mulheres afirmar sua capacidade resignificar a vida. 
Verônica tem contribuído com as
ações do CEOP além de sinalizar que é possível enfrentar atitudes conservadoras
e ultrapassadas para viver, bem como lutar para reafirmar que as diferenças
biológicas não sejam motivo para exclusão das mulheres do processo de
aprendizagens de tecnologias alternativas que garantam a vida com dignidade de
homens e mulheres nesse imenso semiárido.
Aparecida Firmino - Coordenadora
do CEOP
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

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