EDUCAÇÃO: MEC quer criar Programa Mais Professores.
O Ministério da Educação (MEC) quer levar professores a escolas onde faltam
docentes em ação semelhante ao Mais Médicos. O Mais Professores faz parte do
Compromisso Nacional pelo Ensino Médio, apresentado hoje (21) pelo ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, na Câmara dos Deputados. A criação do programa já
havia sido comentada antes pelo ministro, mas é a primeira vez que é apresentado
em detalhes.
Segundo Mercadante, o compromisso ainda está em fase de desenvolvimento e
depende do Orçamento disponível. Entre as ações do programa, está a proposta de
levar professores a escolas de municípios com índices de desenvolvimento humano
baixos ou muito baixos e que tenham um baixo Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) - índice calculado a partir do fluxo escolar e o
desempenhos dos estudantes em avaliações nacionais.
A intenção é que, mediante o pagamento de uma bolsa, professores se disponham
a reforçar o quadro dessas escolas. Para as escolas com baixo rendimento, a
pasta quer atrair bons professores para melhorar o ambiente acadêmico. Caso não
haja professores disponíveis na rede, o MEC cogita a participação de professores
aposentados que queiram voltar às salas de aula.
Segundo Mercadante, as áreas com as maiores carências de professores são
matemática, física, química e inglês. O ministro diz que as disciplinas
representam cerca de 3% das matrículas de ensino superior, índice que tem se
mantido constante. O Mais Professores, esclarece o ministro, ainda é uma
proposta em aberto.
Além de atrair professores para áreas carentes, o compromisso propõe o
aperfeiçoamento da formação continuada dos docentes, com o desenvolvimento de
material didático específico e a criação da Universidade do Professor, uma rede
que vai concentrar todas as iniciativas voltadas para a formação docente.
Pretende-se que em um mesmo portal o professor possa acessar todos os cursos e
programas disponíveis.
O compromisso prevê também um redesenho curricular do ensino médio, para que
as disciplinas ensinadas tenham uma maior integração entre si. Para que o ensino
seja melhorado, a pasta aposta na educação integral. Para 2013, segundo o
ministro, está prevista a adesão de 5 mil escolas no ensino de dois turnos. No
ano que vem, serão 10 mil centros de ensino.
Faz parte do compromisso a ação Quero ser Professor, Quero ser Cientista, com
a oferta de 100 mil bolsas de estudo para jovens que queiram ingressar na área
de exatas. Além disso, o ministério desenvolveu, em conjunto com pesquisadores,
um kit para estimular o interesse pelas ciências. "Vamos
distribuir os kits de ciências para alunos de toda a rede. Ele vai
poder manipular, usar. É inspirado em alguns brinquedos, mas mais sofisticado e
barato", explicou Mercadante.
Mercadante diz que o ensino médio é uma fase que precisa de atenção. "Andamos
muito nos anos iniciais [do ensino fundamental], melhoramos nos anos finais e
simplesmente atingimos a meta [do Ideb] no ensino médio. O que é pouco. Ainda
precisamos de um salto de qualidade", disse.
Em 2012, 8.376.852 alunos estavam matriculados regularmente e 1.345.864
cursavam o ensino médio pelo Educação de Jovens e Adultos (EJA), de acordo com o
Censo Escolar. A maioria das matrículas do ensino médio está na rede estadual de
ensino (84,9%). As escolas privadas ficam com 12,7% das matrículas, as escolas
federais com 1,5% e as municipais com 0,9%.
A defasagem idade-série ainda é alta, segundo o MEC, em 2012, dos estudantes
matriculados no período, 31,1% têm idade acima do esperado para a série que
cursam.
Agência Brasil
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