MAIS DE 90 MUNICÍPIOS: MPPB investiga fraudes em licitações.

Segundo os autos do processo do MPF, 23 empresas chegaram a ser investigadas.
Os contratos com essas empresas levaram o órgão a investigar mais de 90
municípios que tiveram pelo menos dois contratos com cada uma dessas
empresas.
Nos meses de julho e agosto deste ano, o MPPB requisitou da Secretaria de
Estado da Infraestrutura documentos de contratos firmados em 2006 e 2007, além
de informações sobre funcionários do governo estadual. As informações
solicitadas em julho pelo promotor João Benjamim Delgado Neto são referentes aos
contratos de tomada de preço 01/2007 e carta convite 06/2006, firmados com a
empresa Biana Construções e Serviços Ltda. O MPPB pediu, ainda, informações
sobre funcionários que tinham acesso a contratos e que respondiam por comissões
de licitações. De acordo com o secretário executivo da Seinfra, Carlos Alberto,
a maior parte desses funcionários já não prestam mais serviço ao governo, já que
ocupavam cargos comissionados. Um número menor ainda faz parte do quadro.
Os ofícios encaminhados à Seinfra definiram prazos de 10 e 20 dias para
cumprimento, entretanto, Carlos Alberto explicou que em razão da dificuldade em
localizar os documentos não foi possível cumprir o prazo estabelecido. “As
solicitações se referem a fatos ocorridos em 2006 e 2007 e a localização desses
documentos não foi fácil. O pessoal está providenciando a documentação, que
deverá ser entregue até a próxima semana”, justificou o secretário.
O Ministério Público Federal declinou da atribuição de investigar tais
contratos depois de esclarecer, através de documentos encaminhados pela Seinfra
em 2012, que os recursos utilizados na execução dos contratos não eram de origem
federal, mas do tesouro estadual. “Como não houve qualquer lesão à União, que só
pode ser considerada atingida reflexamente pelo prejuízo gerado e não direta e
especificamente, não pode imperar a definição da competência da Justiça Federal
no processamento do presente feito”, justificou a procuradora da República, Ilia
Borges, nos autos do processo.
Os fatos sob apuração do MPF apontam para um possível esquema criminoso,
devidamente arquitetado, consistente na falsificação de documentos públicos,
falsidade ideológica, crimes contra a ordem tributária, formação de quadrilha,
fraude em licitações públicas, desvio de verbas públicas e lavagem de capitais,
com a constituição de várias firmas 'fantasmas', as quais eram utilizadas em
vários municípios e órgãos públicos.
De acordo com os autos, os agentes burlavam os certames licitatórios das
prefeituras paraibanas com a participação de prefeitos e de secretários
municipais, entre outros servidores.
Larissa Claro - Jornal da Paraíba
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