Em meio a questionamentos, Congresso promulga PEC do Voto Aberto.

Na avaliação do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) o fato de os
regimentos internos da Câmara e do Senado ainda preverem a votação secreta
nesses casos, pode fazer com que a medida não tenha efeito na prática. “Penso
que à luz do que aprovamos ontem, não acabamos com o voto secreto na cassação de
parlamentares. O meu receio é que nós estejamos vendendo, de alguma maneira,
involuntariamente, gato por lebre”, disse o senador.
Minutos antes da promulgação o presidente do Congresso, Renan Calheiros
(PMDB-AL) disse que não há motivos para preocupação. Segundo ele a mudança
constitucional garante a votação aberta. “ Este é um entendimento que não vai a
lugar nenhum porque a Constituição prepondera sobre qualquer regimento. Não há
nenhuma duvida jurídica em relação a isso, tanto que nós vamos promulgar”,
garantiu Renan.
Com a entrada da lei em vigor os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), João
Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além de Pedro Henry (PP-MT)
condenados pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470 - conhecida como
mensalão - já terão a cassação analisada em votação aberta.
Inicialmente os deputados aprovaram o fim do voto secreto em todas as
votações na Câmara, no Senado e nos legislativos municipais e estaduais mas o
Senado restringiu a medida. De acordo com o texto aprovado, o voto permanecerá
secreto na votação de indicações de autoridades - como ministros do STF e
agências reguladoras - e na escolha dos membros das Mesas Diretoras da Câmara e
do Senado.
Mesmo com as limitações, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), considerou um avanço a mudança a ser promulgada.
"Temos que respeitar a posição diferente do Senado, até porque algumas das
prerrogativas do voto secreto são dos senadores, no exame de indicação para as
agências reguladoras, para embaixador, para procurador. Não é uma prerrogativa
do voto do deputado, mas do voto do senador. Então, eles têm todo o direito de
ter uma avaliação própria das prerrogativas deles. Mas, pelo menos, em relação à
cassação e a vetos já foi um avanço", justificou.
Agência Brasil
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