SENADORES APROVAM TEXTO DO FIM DO VOTO SECRETO.

A
primeira emenda extingue o artigo que prevê que é vedado o voto secreto nas
deliberações do Congresso. A segunda apenas nos casos de votação de escolha de
autoridades e a terceira nos casos de vetos presidenciais. O debate em torno da
matéria já dura cerca de cinco horas e dividiu na tarde desta quarta os
discursos dos senadores proferidos da tribuna. O ex-presidente da República
José Sarney (PMDB-AP) foi um dos que se colocou contra a abertura dos votos
para todos os casos. "O voto secreto é a base da democracia", disse o
peemedebista.
A
discussão também dividiu os principais partidos da Casa como o PT e PSDB.
"Este Senado não pode, na tarde de hoje, e nem tem o direito de pedir para
esconder o seu voto do povo brasileiro e do povo paraense", disse o
senador Mario Couto (PSDB-PA). Já o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP),
disse que era contra. "Eu creio que a abertura do voto fragiliza o Poder
Legislativo nesse caso e também o Poder Judiciário".
O
líder Wellington Dias (PT-PI) se posicionou a favor da proposta. "Mesmo se
o meu partido tivesse outra posição, eu teria problema hoje, porque, por
convicção, eu defendo que o Brasil tem hoje maturidade, tem hoje tranquilidade
suficiente para que tenhamos votação aberta em todas as votações. Todas as
votações", ressaltou. Já o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC),
disse que seguiria o voto da bancada, mas fez a ressalva. "Hoje estamos
vendo aqui a satanização do voto secreto".
Durante
a discussão houve ainda quem mudasse de opinião. Inicialmente a senadora
Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) disse que não se sentia constrangida em se
posicionar contra o fim do voto secreto. "Diferente de muitos, não acho
que democracia seja sinônimo de voto aberto. Muitas vezes a democracia é
expressa através do sigilo", afirmou. Quando a votação do texto-base foi
nominal (com indicação no painel de como o senador se posicionou) a senadora
disse que votaria a favor da proposta.
Estadão
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