COMENTÁRIO ADAMASTOR BARBOSA; STJD atrapalha o futebol Brasileiro.
Estamos vivendo outros tempos no
nosso futebol. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva está voltando ao
passado se aparelhando aos atos da “ditadura militar brasileira” período
inicial de 1964. Na época do “aperto” militar ninguém podia se dirigir a outrem
sem ajoelhar-se aos homens de verde, mandantes da política brasileira. Hoje os
membros do STJD julgam-se na mesma linha de conduta usando todos os meios para
fazer valer a sanha de poder, de mando. Pior, com “dois pesos e duas medidas”.
Temos visto constantemente, em atos
decisivos desse colegiado, medidas abusivas, desnecessárias prejudicando
pequenos e “passando a mão” por cima de grandes. No saldo, clubes brasileiros
de diferentes condições financeiras e prestígios no cenário esportivo. Muitas decisões
abusivas, e o pior é que os clubes aceitam passivamente como se o STJD fosse ”o
senhor absoluto do futebol”. A mais recente diz respeito às exclusões de
Icasa-CE e Botafogo-PB de seus respectivos campeonatos, B e C do Brasileirão.
O time cearense recebeu severa
punição por recorrer a Justiça Comum sem antes “ajoelhar-se” as imposições do
STJD. Exemplo: se uma pessoa adoece, vai
ao médico e não gosta do atendimento, não pode procurar outro profissional para
ter melhor diagnóstico sobre a sua saúde. É assim que se comporta o STJD. O
clube tem que aceitar o que lhe é imposto pelo órgão judicante sem o direito de
procurar outras instâncias em busca do seu direito. E ainda dizem que vivemos
numa plena democracia. Engano!
No caso do Botafogo da Paraíba, é
mais aberrante ainda a decisão dos “justiceiros do futebol”. É público e
notório que no Estádio Almeidão houve envolvimento entre torcedores do Sport
Recife e a Polícia Militar, sem nenhuma interferência do torcedor botafoguense,
fato provado através de imagens levadas e provadas em audiência no “balcão dos
justiceiros”. “O que diabo tem a ver o Botafogo com marginais que se envolvem
com a polícia na arquibancada. É caso de polícia, e não de STJD!
O que mais envolve esses
“justiceiros do futebol”, denominados de membros do STJD, são créditos dados a
alguns péssimos árbitros da CBF que, além de receberem muito dinheiro para
brincar de apitar futebol, ainda cismam de, recebendo total credibilidade dos
“justiceiros”, relatam na súmula o que bem entendem, ou que lhe dizem, sem
olhar o prejuízo que podem causar a uma entidade de futebol que trabalha, luta,
investe para se manter profissional no futebol brasileiro.
Está na hora de uma revisão total
nesse poder exagerado do STJD que, mesmo sendo uma Justiça auxiliar, está
querendo ser superior em geral. A Constituição Brasileira é clara ao determinar
que a Justiça brasileira tem o seu caminho e o poder específico sem, no
entanto, determinar que a Justiça Desportiva possa sobrepor-se a Justiça Comum,
prioritária em todos os sentidos, principalmente nas ações e decisões
intermediárias. Está na hora de barrar essa ânsia de poder exagerado do STJD.
Os clubes é que fazem o futebol e
como tal também devem ser respeitados no seu direito. Para o STJD o clube nada
significa, são apenas partes do espetáculo quando na verdade são eles que fazem
a festa do futebol, e não decisões de pessoas que, certamente, nunca entraram
em um campo de futebol para sentir o peso de estar se exibindo para milhões de
pessoas. Sentados confortavelmente, com toda pompa, bem assistidos, fazem dos
clubes brasileiros “bois de piranhas”.
Adamastor Chaves
Imagem facebook
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