Médico que diagnosticou 'falta de ocupação' é investigado em Sumaré.
A Prefeitura de Sumaré e o Conselho
Regional de Medicina (CRM) abriram, nesta quarta-feira (15), processos para
investigar a conduta do médico que teria humilhado uma paciente e escrito
'falta de ocupação' no prontuário dela nesta terça-feira (14). Thaynara de
Oliveira Cruz, de 19 anos, buscou atendimento no Centro Integrado de Saúde de
Nova Veneza porque estava com dores de cabeça e variação na pressão arterial,
mas, segundo ela, não chegou a ser examinada pelo profissional.
Thaynara registrou um boletim de
ocorrência pela conduta do clínico geral e a Polícia Civil afirmou que vai
ouvir os envolvidos e apurar se houve omissão de socorro, injúria ou falsa
comunicação de crime.
De acordo com a administração
municipal, o Processo Administrativo Disciplinar se baseou nas informações
divulgadas pela imprensa, já que a ficha de atendimento da unidade foi levada
pela paciente para registrar a ocorrência na polícia. A assessoria jurídica da
Secretaria Municipal de Saúde informou que vai entrar em contato com a família
para obter o documento, necessário para "subsidiar todas as ações administrativas
disciplinares que serão tomadas a partir do ocorrido".
A Prefeitura informou que o médico
Eduardo Santos terá direito à defesa e só será afastado se as denúncias forem
confirmadas após a conclusão da análise do caso.
O CRM abriu uma sindicância para
apurar os fatos denunciados e informou que não pode confirmar se há outros
processos referentes a esse mesmo médico em andamento no Conselho, porque são
sigilosos. O período de análise do caso pode levar de seis meses a dois anos.
Se o resultado indicar infração ética, o CRM pode abrir um processo
ético-profissional que prevê cinco tipos de pena: advertência e censura
confidenciais, censura pública, suspensão por 30 dias ou cassação do direito de
exercer a medicina.
Humilhação na unidade de saúde
Na consulta desta terça-feira (14),
Thaynara se surpreendeu com o atendimento do clínico geral. "'Você não
conhece paracetamol? Dipirona? É isso que tem que tomar. Mais nada' e eu falei
'já faz alguns dias, nada mais vai resolver?' e ele falou que não", conta.
A jovem diz ter se sentido ofendida
e humilhada quando o médico perguntou sobre a ocupação dela. "Perguntou se
eu trabalhava, eu disse que cuidava do meu filho e ele disse que era falta de
ocupação o que eu tinha", afirma. Diante disso, o profissional teria
escrito o diagnóstico na ficha médica e receitado um dos medicamentos.
Thaynara disse, ainda, que moverá
uma ação por danos morais contra o médico que a destratou. Para a EPTV,
afiliada da TV Globo, o profissional não quis falar sobre o que aconteceu.
G1
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