Mudanças urgentes na fórmula dos debates> Coluna do Pr. Gomes Silva.
Quem pensa a política de forma
racional é contra a realização de debates entre candidatos. Hoje, esses
“encontros de ideias” são considerados uma oportunidade para se conhecer
democraticamente as propostas dos postulantes ao Executivo, seja estadual ou
nacional. Mas é preciso parar e refletir sua importância nos moldes atuais.
Sempre fui a favor desse momento
especial dos pleitos políticos, que consegue “tirar” o sono de muita gente,
alegrar o eleitor partidário, tirar dúvidas de outros e, pasme!, até irritar
aqueles que votam contrariamente.
Contudo, hoje, estou quase entrando no
barco daqueles que não suportam mais esses embates tão ruins e maus preparados
pelas redes de televisão. Este ano, enquanto as equipes de assessores dão show
de criatividade, os formatadores dos encontros televisivos estão dando todo
tido de mancadas, principalmente neste segundo turno. Vergonhoso!
As tvs adotaram um modelo antiquado
e promotores de contendas, calúnias, provocações, proliferação da mentiras e
nada do que mais interessa aos telespectadores: Propostas de Governo. Os
concorrentes ficam livres para fazer suas perguntas. Só que existe um detalhe
que não está sendo observado pelo eleitor. É que, quando um pergunta ao outro,
faz a indagação depois que mente, calunia ou utiliza-se de má-intenção já para
diminuir o outro – o que poderia ser evitado -, e acabam não dizendo nada que
mereça confiança do eleitor. Sem levar em conta que tem cada pergunta que
deveria nem ser feita. Aliás, alguém conhece alguma sugestão confiável dos
candidatos ao Governo do Estado para a agricultura, a garimpagem, o esporte
(profissional ou amador), para a cultura, para a saúde, para a educação ou para
ajudar na recuperação de drogados?
Não tenho dúvida. É necessária uma
reformulação nesses debates para torná-los mais atrativos e menos irritantes
com a troca de farpas entre os candidatos. E como isto pode acontecer? É muito
fácil. Minha sugestão é para que o apresentador tenha um bom número de temas,
que sejam sorteados no momento, obviamente. Por exemplo: Quais os projetos para
a saúde. Sorteia-se quem começa a responder e o outro candidato também discorre
sobre o mesmo assunto. Assim, o telespectador poderia analisar melhor as
propostas dos dois candidatos para o mesmo questionamento.
Se não houver mudanças na fórmula de
realização dos debates não será nenhuma novidade se nas próximas eleições os
candidatos debaterem num ringue e não em um studio de TV.
Espero que tenha alguma novidade
nesse sentido já nos encontros desta quinta-feira, entre Ricardo Coutinho e
Cássio Cunha Lima; e na sexta-feira, entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. Caso
contrário será uma grande decepção para quem vai às urnas no próximo domingo.
Pr. Gomes Silva
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