Sergio Reis estreia na política com ajuda de Russomanno.
Sergio
Reis diz estar pronto para ir para Brasília: "É uma nova aventura, né? Um
desafio". O cantor sertanejo, de 74 anos, estreia no Congresso no ano que
vem graças à altíssima votação de seu correligionário de PRB Celso Russomanno.
O xerife
do consumidor obteve 1.524.361 votos e puxou para a Câmara dos Deputados mais
três candidatos, além de Reis e seus 45.330 votos, que não seriam suficientes
para atingir o quociente e elegê-lo sozinho.
Políticos
mais votados, como o experimentado Roberto Freire, presidente do PPS, que
obteve 62.823 votos, ficaram de fora. "Não sou político de carreira, sou
político para ajudar o povo", diz o cantor, justificando a entrada tardia
na política.
A falta
de traquejo parlamentar não assusta o novato, nem a possibilidade de se ver
manipulado por políticos mais experientes. "Eles que se preparem para mim.
Não tem essa de mais velho, mais experiente. Ou é safado ou é honesto",
diz Reis. E emenda, um tom mais alto: "Se vier com conversa fiada comigo,
leva na cara!".
Entre as
bandeiras que Reis diz querer levantar no Congresso estão a do endurecimento
das leis e a moralização da política. É a favor, por exemplo, da redução da
maioridade penal. "Temos de imitar o que é bom nos Estados Unidos. Se o
menor cometeu crime, tem de ir preso. Mas aí vem o tal 'direitos
humanos'", diz ele. “Acabei de ver no Datena um rapaz morto com tiro, na
frente de casa. Pergunta se o cara dos direitos humanos foi falar com a mãe
dele? Claro que não."
Outro
tema que mobiliza o deputado eleito é a melhoria da saúde. O Hospital do Câncer
de Barretos tem um pavilhão com o seu nome, ao lado de pavilhões com os nomes
de Zezé Di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo, e outros famosos.
Reis, que
já superou um câncer, costuma fazer shows beneficentes para arrecadar fundos
para o hospital. "A saúde está um caos. Rodo o País há 55 anos, falta
remédio, equipamento, estrutura. É uma vergonha. Fico irritado, nervoso mesmo,
só de falar nisso."
O cantor
diz ter boas relações com diversos políticos: "São todos meus amigos. O
Serra, o Alckmin, o Lula, que vai nos meus shows”. No 2.º turno, seu voto vai
para outro amigo, o candidato Aécio Neves (PSDB). "Ele tem defeitos, é
claro. Mas nasceu para a política, é muito experiente." O PRB, partido de
Reis, é da base aliada de Dilma Rousseff (PT).
A nova
rotina, na Câmara, não deve afetar a carreira artística de Reis. "Trabalho
terça, quarta e quinta para o povo e faço shows sexta, sábado e domingo para
pagar minhas contas. É bom porque Brasília tem voo para todo o canto do País."
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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