VIOLÊNCIA: Alunos levam facas à escola para agredir colega.
Uma das mais conceituadas escolas
particulares do Rio — atrás apenas do São Bento no ranking do Enem de 2013 no
estado —, o Colégio Cruzeiro, no Centro, foi cenário de um episódio de
violência envolvendo quatro alunos, entre 8 e 9 anos, no último dia 18, que
chocou os pais: estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental foram flagrados
dentro da escola com facas de cozinha em suas mochilas, que seriam usadas para
ferir um colega. Abordados por um inspetor, os dois confessaram que haviam
planejado uma emboscada.
A história de terror logo foi
propagada em grupos de conversa que os pais de alunos do colégio mantêm no WhatsApp.
Segundo o relato, também pelo
aplicativo, da mãe do menino que seria atacado, tudo começou por causa de uma
rixa do filho com um outro aluno que fora se queixar a dois colegas, dizendo
que gostaria de se livrar do desafeto. No dia seguinte, os garotos foram para a
escola com as facas e se dirigiram à entrada da biblioteca, onde estava a
vítima.
ALGUNS PAIS QUERIAM EXPULSÃO
Porém, ao tomar conhecimento do
plano, o menino que se queixara aos colegas ficou com medo e avisou a vítima na
biblioteca. O aluno que sofreria o ataque resolveu, então, pedir ajuda a um
inspetor, que abordou os dois colegas e encontrou as armas dentro das mochilas.
Os quatro alunos foram levados à coordenação.
O episódio deixou os pais em
polvorosa. Segundo alguns, o colégio teria encaminhado as crianças de volta à
sala de aula, antes mesmo de chamar os pais.
— Estamos em choque com o fato de
duas crianças pequenas terem planejado ferir uma terceira. Conflitos entre
alunos acontecem, mas esse episódio passou de qualquer limite. Há muitos pais
defendendo a expulsão sumária dos dois colegas e criticando a atitude do
colégio, que manteve os envolvidos em sala de aula — disse a mãe de um aluno.
Em outra mensagem do WhatsApp, a mãe
do garoto que tinha a rixa com a vítima e pediu a ajuda dos colegas afirma que
seu filho nunca imaginou que os dois levariam facas para a escola.
REUNIÃO COM PAIS
Procurada pelo GLOBO, a direção do
Cruzeiro não quis falar na sexta-feira sobre o episódio. Esta semana, o colégio
enviou um comunicado aos pais informando que “todas as medidas educativas e
legais foram tomadas, no sentido de preservar o bem-estar de todos.
Colocamo-nos à disposição para esclarecer qualquer dúvida". Na próxima
semana haverá reunião com os pais do 3º ano. O Cruzeiro tem cerca de 1.500
alunos e as mensalidades custam em torno de R$ 1.800.
O conselheiro tutelar da unidade
centro, Edmilson Ribeiro Costa, disse que desconhecia o caso. Ele comentou que
a escola tem autonomia para tomar decisões, mas que, pela gravidade do caso, se
reunirá na semana que vem com o colegiado da entidade para discutir
providências:
— Por se tratar de um caso
envolvendo criança com arma branca, vamos nos reunir para decidir o que fazer.
O Globo
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