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Corte do subsídio faz milho subir 73,38% na Paraíba.


Com a retirada do apoio do governo federal, o preço da saca de milho subiu 73,38% na Paraíba, passando de R$ 21,00 para R$ 36,41 neste mês. O aumento deve ter impacto direto no orçamento de 25 mil pequenos produtores paraibanos cadastrados, segundo informou o superintendente da Conab na Paraíba (Companhia Nacional de Abastecimento), Gustavo Lima.
Apesar do forte aumento no milho aos pequenos produtores que já enfrentam três anos de seca, o superintendente afirmou que o preço oferecido pela Conab ainda é competitivo. A saca de 60 kg vendida no mercado custa entre R$ 40,00 a R$ 45,00.
Para Gustavo Lima, a medida do governo de retirar o subsídio deve ser analisada dentro do atual contexto econômico do país.
“Foi uma medida do programa econômico do governo. O ministro Joaquim Levy vem fazendo várias alterações nos programas do governo e esse já não tinha uma procura muito grande”, explicou.
Ele conseguiu, ainda, enxergar vantagens no fim do subsídio.
“Acredito que quem depende efetivamente desse milho ainda vai ser beneficiado, e o novo preço evita os desvios de finalidade do programa. Às vezes acontecia de a pessoa vir comprar o milho para revender mais caro, e não para beneficiar a ração”, contou.
O objetivo do programa é auxiliar pequenos criadores de aves, suínos, caprinos e microagroindústrias de beneficiamento e produção de ração para que tenham acesso de forma mais barata o milho para a ração animal.
Gustavo Lima admitiu que ainda não é possível verificar o impacto dos novos preços, até porque as vendas em João Pessoa ainda nem começaram. “Estamos com milho em Patos e Monteiro. O de João Pessoa ainda vai chegar essa semana”, disse. Para ele, ainda será preciso esperar pelo menos dois meses antes de avaliar o impacto.
FETAG CRITICA
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba (Fetag-PB), Liberalino Ferreira, afirmou que sem a ajuda de R$ 15,00 do governo federal na compra do milho vai ser impossível o rebanho resistir, caso 2015 registre mais uma estiagem. Segundo a Fetag, com três anos de seca, os pequenos e médios agricultores perderam mais de 50% dos caprinos, bovinos e ovinos. “Se não chover este ano será o quarto de seca. O subsídio do milho era a única ajuda que os agricultores recebiam do governo federal para alimentar o rebanho. Sem ajuda e sem chuva será muito difícil a sobrevivência destes animais”, lamentou Liberalino.

Em tom de desabafo, o presidente da Fetag-PB declarou que a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura apoiou a presidente Dilma na última eleição. “É isso que a gente recebe em troca? Essa presidente cada vez mais nos surpreende”(Colaborou Alexsandra Tavares)

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