Oposição afirma que irá ao STF contra passagens para cônjuges de deputados.
As
bancadas do PSDB e do PPS na Câmara anunciaram nesta quinta-feira (26) que vão
abrir mão do novo benefício aprovado pelo comando da Casa que permite que cônjuges
dos deputados ganhem passagem aérea para Brasília.
O
líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), afirmou ainda que deve entrar com um pedido
no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar a regalia.
Os
dois partidos reúnem 64 deputados –sendo 54 tucanos e 10 do PPS. A autorização
para o uso de bilhetes do Estado de origem para a capital federal para mulheres
e maridos dos parlamentares foi aprovada nesta quarta pela cúpula da Câmara,
dentro de um pacote de reajuste para benefícios dos deputados.
O
impacto anual nos cofres da Casa será de R$ 150,3 milhões.
Para
o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e para a terceira secretária da
Casa, deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), o pagamento de passagens aéreas para
esposas e maridos de parlamentares está na contramão do que a sociedade espera
de seus representantes no Congresso.
O
benefício foi aprovado pela Mesa Diretora da Câmara, com o voto contrário da
deputada, representando a opinião do partido.
Segundo
o líder, os deputados tucanos não usarão esses recursos. "É inaceitável
que, num momento em que a sociedade é penalizada com o aumento de impostos e
alta nos preços, conceda-se esse privilégio aos parlamentares. É um total
desrespeito com os brasileiros. O PSDB não fará parte dessa vergonha, também em
respeito aos próprios cônjuges de seus parlamentares", afirmou Sampaio.
Para
a deputada Mara Gabrilli, que representa o partido na Mesa Diretora, a Câmara
não pode cometer o mesmo erro do governo, que exige sacrifícios da sociedade e
não faz a sua parte. "A Câmara tem de dar o exemplo e abrir mão de despesas
como essa, que a distanciam ainda mais de seus representados", afirmou.
O
líder do PPS, Rubens Bueno (PR), avisou nesta quinta ao presidente da Câmara
que os deputados não vão usar o benefício extra.
SEM NAMORADA
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu o pagamento das
passagens e afirmou que o benefício não será válido para "namoradas".
Segundo
ele, será seguido o critério do Ministério das Relações Exteriores, que exige
registro do cônjuge. Cunha não detalhou como será essa exigência. Após
críticas, afirmou que "ninguém é obrigado a usar" o benefício e que
80% não devem fazê-lo.
UOL
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