Galdino tem até quarta para decidir pela instalação ou não da CPI do Empreender.
O presidente da Assembleia
Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (PSB), terá um osso e tanto pela
frente, nesta semana. Ele tem até quarta-feira (29) para dizer se vai ou não
instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Empreender. De um lado,
uma investigação com fato determinado bem estruturado, proposta por Dinaldinho
Wanderley (PSDB). Do outro, a base aliada ao governador Ricardo Coutinho (PSB),
irritada com o tema.
Governista convicto, Galdino sabe
que o governador não ficaria nada satisfeito com a instalação de uma CPI para
investigar o principal programa social do Estado. O Empreender é alvo de uma
Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que tramita no Tribunal
Regional Eleitoral. O governador é suspeito de ter usado o programa com fins
eleitorais. A principal arma da oposição é um relatório produzido pela
Controladoria Geral do Estado (CGE).
O órgão apontou fragilidades nos
critérios de concessão de empréstimos pelo programa, bem como ausência de
ferramentas de cobrança das parcelas. A Procuradoria Geral Eleitoral também
ouviu pessoas beneficiadas com o programa, que disseram que o dinheiro foi
usado para pagar dívidas, fazer feira e até comprar eletrodomésticos. Disseram
também não saber o valor das prestações, que elas não foram cobradas e nem
procuraram saber como fazê-lo.
A base governista se manifestou com
irritação na semana passada em relação à instalação da CPI. A deputada Estela
Bezerra, inclusive, não conseguiu esconder o descontentamento. Nos bastidores,
os governistas pretendem recorrer a uma manobra regimental, afirmando não ser
permitida a tramitação de mais de três CPIs na Casa ao mesmo tempo. Alegação um
tanto frágil, já que apenas uma está em funcionamento, a da Telefonia.
A esperança de Dinaldinho é que
Galdino instale a CPI porque caso seja necessário recorrer à mesa e ao
plenário, a derrota será mais certa ainda. O presidente da Casa, por outro
lado, caso decida arquivar a CPI, vai ter que encarar a pressão da opinião pública.
Até porque foi um órgão do governo do estado que produziu o relatório usado
como fato determinante para a CPI e como peça chave para o Ministério Público
Eleitoral. Vai encarar?
JPOnline
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